domingo, abril 15, 2012
Se já achavam que o país estava mal, será que aguentam o regresso dos Ondulados?
Não há mais como esconder: eu "O Criador" e o meu fiel companheiro Barrabás Amaral levámos a cabo uma reunião secreta com vista à reanimação dos Ondulados.
Não dá para esconder porque fomos descobertos à entrada da empoeirada cripta por um repórter fotográfico que sabia ter em mãos uma grande história. Obviamente, conseguimos capturá-lo, aviar-lhe dois salapismos na mal-amanhada venta e lançar-lhe alguns impropérios (isto de ser super-herói é como andar de bicicleta com rodinhas). Suportou bem as estaladas mas chorou como um bebé quando lhe chamámos Felícia Cabrita dos crescidos. É para aprender a não se meter com a caça grossa.
Presentemente, os Ondulados ainda não sabem bem por onde começar a escrever, tal é sopa de grelos em que este país se tornou.
O importante a reter é o seguinte: que não se apoquentem os sedentos, mirrados e submissos admiradores, que os Ondulados saberão o que fazer para vos ajudar nestes tempos difíceis. Prometemos salvar a nação ou, melhor ainda, garantir que ela termina com um galhofento e espalhafatoso foguetório de alarvidades.
Retornadamente,
O Criador
Postas-[ postas.]
Não há mais como esconder: eu "O Criador" e o meu fiel companheiro Barrabás Amaral levámos a cabo uma reunião secreta com vista à reanimação dos Ondulados.
Não dá para esconder porque fomos descobertos à entrada da empoeirada cripta por um repórter fotográfico que sabia ter em mãos uma grande história. Obviamente, conseguimos capturá-lo, aviar-lhe dois salapismos na mal-amanhada venta e lançar-lhe alguns impropérios (isto de ser super-herói é como andar de bicicleta com rodinhas). Suportou bem as estaladas mas chorou como um bebé quando lhe chamámos Felícia Cabrita dos crescidos. É para aprender a não se meter com a caça grossa.
Presentemente, os Ondulados ainda não sabem bem por onde começar a escrever, tal é sopa de grelos em que este país se tornou.
O importante a reter é o seguinte: que não se apoquentem os sedentos, mirrados e submissos admiradores, que os Ondulados saberão o que fazer para vos ajudar nestes tempos difíceis. Prometemos salvar a nação ou, melhor ainda, garantir que ela termina com um galhofento e espalhafatoso foguetório de alarvidades.
Retornadamente,
O Criador
sexta-feira, janeiro 20, 2006
Recordar é viver... um pesadelo.
Apesar do meu longo silêncio, tenho estado atento ao fenómeno bloguista nacional. Noto que, apesar da euforia inicial e da rápida proliferação desse mal chamado "livre opinião", muitos destes espaços têm vindo a silenciar-se. Outros houve que se especializaram de acordo com as áreas mais dominadas pelos seus autores. Uns em literatura, outros em política, outros ainda em música.
Convencido de que a sobrevivência dos blogues pode depender da escolha objectiva da sua área de intervenção, decidi passar a debruçar-me apenas sobre os assuntos que melhor domino. Por isso, de hoje em diante, o Ondulados, será um espaço dedicado a falar sobre tudo. Não apenas sobre tudo, mas ainda sobre alguns assuntos adicionais e periféricos, nomeadamente, o nada.
Ser analista de tudo, não é fácil. E com tanta coisa a acontecer em simultâneo, a dificuldade em escolher temas, facilmente conduz à preguiça. No entanto, o próprio acto de devolver a vida aos Ondulados, sugere a sensação de acordar um monstro. E acordar monstros lembra-me esta moda dos revivalismos.
Há muita coisa que aceito bem nisto dos revivalismos. Aceito perfeitamente as mini-saias e tolero serenamente as camisolas iguais às que as nossas mães tricotavam no início da década de 80. Venham de lá as bocas de sino e os papéis de parede, que a mim fazem-me tanta diferença como as flores no papel higiénico.
A coisa piora é quando a nostalgia chega à música. Por exemplo: o Variações tinha piada no tempo dele. Agora, ir ao baú, sacar as ideias que nem mesmo ele - que era tão tolinho - teve coragem de lançar e obrigar-nos a levar com letras cujos temas já eram bacôcos há 25 anos, é abusar da sorte...
Querem revivalismos? Façam Bombocas e recuperem o País dos Rodinhas. Ressuscitem os chupas Camelo, os Traga-Bolas e o Pulgas na Cama, mas deixem aquela alma barbuda descansar.
Há ainda um outro problema nisto das nostalgias forçadas. Reparem no caso da moda: começaram por recuperar a roupa ao estilo dos anos 60, depois 70, a seguir os ridículos mas ainda frescos 80. E daqui para a frente? Como é que vai ser? É que eu ainda sou capaz de ter algumas peças de roupa adquiridas nos anos 90. Deverei comprar umas a imitá-las ou posso usar as originais?
O revivalismo tende a tornar-se uma pescadinha-de-rabo-na-boca. Quando damos por nós, estamos a recuperar coisas das quais ainda nem tivemos tempo de sentir saudades. Um bocado como a TVI faz com as edições dos reality-shows. Já para não falar no pequenito Saúl. Eu pergunto quem é que tem saudades daquele erro genético, que mais se assemelha a um Quim Barreiros em porta-chaves? Quem sente falta de olhar para aquelas mandíbulas incompletas? Para tornar a imagem ainda mais insuportável, o fedelho com voz de cabrito evoluiu, como seria de prever, para um grunho musculado de camisola sem mangas e cabelo oxigenado, dedicado de corpo e alma à dance music.
O lado bom de tudo isto é que, tanto na música, como na moda, podemos ignorar o que não nos interessa e aderir apenas àquilo de que gostamos.
O pior é quando o revivalismo atinge a vida política do país. É mais grave, mas o resultado é tão patético como o da música. De qual destas duas caras sentem vocês mais saudades?
Numa segunda volta entre estes dois, não sei... Mas todos sabemos que só um tem esperança de vida suficiente para cumprir qualquer promessa eleitoral. A parte mais aborrecida seria ver o carro da Presidência da República rebaixado e com néons...
Tendo em conta a erosão que denota actualmente a capacidade de raciocínio de Soares, perder a eleição de Domingo é tão ou mais positivo para ele, do que seria uma actuação no Royal Albert Hall para o bardo do "Bacalhau quer alho" . (Uma imagem estapafúrdia, é certo, Mas se fosse o Olimpya estou certo que o ganapo enchia com uma perna às costas. É que não sei se já alguém se deu conta, mas para um qualquer artista português, é fácil encher o Olimpya. Porque na realidade aquilo não é uma magnífica sala de espectáculos de Paris. É antes o teatro velho para onde eles atiram a malta que mora nos guettos portugueses. Cada vez que por lá aparece um cartaz a anunciar mais um saloio lusitano, lá vem mais um imponente desfile de chinelos em direcção à bilheteira.)
Voltando ao Mário, acho até um pouco estranho que ele tente voltar à vida política activa. Tendo em conta o jeito que ele tem para o poder, é um pouco como um criminoso voltar ao local do crime.
Por falar em crimes e ainda no âmbito dos revivalismos, faço uma pergunta: Será que o Júlio Isidro se prepara para fugir do país? É que depois de sair um disco que recorda aos portugueses, que foi esta criação defeituosa da oficina de Gepeto quem trouxe à ribalta nomes como Vitorino, UHF e Lena d’Água, o mundo é pequeno para ele se esconder. Mais vale deixar crescer a barba e cobrir-se de lençóis. Assim, quando o público enfurecido o encontrar escondido e amedrontado a tentar salvar a vida dele, gritando "Vais morrer, porco!!!", vão rapidamente acalmar-se dizendo: "Ah, não é ele. É o Bin Laden. ‘bora ver na rua ao lado!!!"
Postas-[ postas.]
Apesar do meu longo silêncio, tenho estado atento ao fenómeno bloguista nacional. Noto que, apesar da euforia inicial e da rápida proliferação desse mal chamado "livre opinião", muitos destes espaços têm vindo a silenciar-se. Outros houve que se especializaram de acordo com as áreas mais dominadas pelos seus autores. Uns em literatura, outros em política, outros ainda em música.
Convencido de que a sobrevivência dos blogues pode depender da escolha objectiva da sua área de intervenção, decidi passar a debruçar-me apenas sobre os assuntos que melhor domino. Por isso, de hoje em diante, o Ondulados, será um espaço dedicado a falar sobre tudo. Não apenas sobre tudo, mas ainda sobre alguns assuntos adicionais e periféricos, nomeadamente, o nada.
Ser analista de tudo, não é fácil. E com tanta coisa a acontecer em simultâneo, a dificuldade em escolher temas, facilmente conduz à preguiça. No entanto, o próprio acto de devolver a vida aos Ondulados, sugere a sensação de acordar um monstro. E acordar monstros lembra-me esta moda dos revivalismos.
Há muita coisa que aceito bem nisto dos revivalismos. Aceito perfeitamente as mini-saias e tolero serenamente as camisolas iguais às que as nossas mães tricotavam no início da década de 80. Venham de lá as bocas de sino e os papéis de parede, que a mim fazem-me tanta diferença como as flores no papel higiénico.
A coisa piora é quando a nostalgia chega à música. Por exemplo: o Variações tinha piada no tempo dele. Agora, ir ao baú, sacar as ideias que nem mesmo ele - que era tão tolinho - teve coragem de lançar e obrigar-nos a levar com letras cujos temas já eram bacôcos há 25 anos, é abusar da sorte...
Querem revivalismos? Façam Bombocas e recuperem o País dos Rodinhas. Ressuscitem os chupas Camelo, os Traga-Bolas e o Pulgas na Cama, mas deixem aquela alma barbuda descansar.
Há ainda um outro problema nisto das nostalgias forçadas. Reparem no caso da moda: começaram por recuperar a roupa ao estilo dos anos 60, depois 70, a seguir os ridículos mas ainda frescos 80. E daqui para a frente? Como é que vai ser? É que eu ainda sou capaz de ter algumas peças de roupa adquiridas nos anos 90. Deverei comprar umas a imitá-las ou posso usar as originais?
O revivalismo tende a tornar-se uma pescadinha-de-rabo-na-boca. Quando damos por nós, estamos a recuperar coisas das quais ainda nem tivemos tempo de sentir saudades. Um bocado como a TVI faz com as edições dos reality-shows. Já para não falar no pequenito Saúl. Eu pergunto quem é que tem saudades daquele erro genético, que mais se assemelha a um Quim Barreiros em porta-chaves? Quem sente falta de olhar para aquelas mandíbulas incompletas? Para tornar a imagem ainda mais insuportável, o fedelho com voz de cabrito evoluiu, como seria de prever, para um grunho musculado de camisola sem mangas e cabelo oxigenado, dedicado de corpo e alma à dance music.
O lado bom de tudo isto é que, tanto na música, como na moda, podemos ignorar o que não nos interessa e aderir apenas àquilo de que gostamos.
O pior é quando o revivalismo atinge a vida política do país. É mais grave, mas o resultado é tão patético como o da música. De qual destas duas caras sentem vocês mais saudades?
Numa segunda volta entre estes dois, não sei... Mas todos sabemos que só um tem esperança de vida suficiente para cumprir qualquer promessa eleitoral. A parte mais aborrecida seria ver o carro da Presidência da República rebaixado e com néons...
Tendo em conta a erosão que denota actualmente a capacidade de raciocínio de Soares, perder a eleição de Domingo é tão ou mais positivo para ele, do que seria uma actuação no Royal Albert Hall para o bardo do "Bacalhau quer alho" . (Uma imagem estapafúrdia, é certo, Mas se fosse o Olimpya estou certo que o ganapo enchia com uma perna às costas. É que não sei se já alguém se deu conta, mas para um qualquer artista português, é fácil encher o Olimpya. Porque na realidade aquilo não é uma magnífica sala de espectáculos de Paris. É antes o teatro velho para onde eles atiram a malta que mora nos guettos portugueses. Cada vez que por lá aparece um cartaz a anunciar mais um saloio lusitano, lá vem mais um imponente desfile de chinelos em direcção à bilheteira.)
Voltando ao Mário, acho até um pouco estranho que ele tente voltar à vida política activa. Tendo em conta o jeito que ele tem para o poder, é um pouco como um criminoso voltar ao local do crime.
Por falar em crimes e ainda no âmbito dos revivalismos, faço uma pergunta: Será que o Júlio Isidro se prepara para fugir do país? É que depois de sair um disco que recorda aos portugueses, que foi esta criação defeituosa da oficina de Gepeto quem trouxe à ribalta nomes como Vitorino, UHF e Lena d’Água, o mundo é pequeno para ele se esconder. Mais vale deixar crescer a barba e cobrir-se de lençóis. Assim, quando o público enfurecido o encontrar escondido e amedrontado a tentar salvar a vida dele, gritando "Vais morrer, porco!!!", vão rapidamente acalmar-se dizendo: "Ah, não é ele. É o Bin Laden. ‘bora ver na rua ao lado!!!"
terça-feira, abril 12, 2005
Eu bem disse que isto era um blog culto e elitista...
Houve quem se risse e até achasse que era pretensiosismo. Alguém disse até que, se o Ondulados era culto, o 24 Horas era um órgão de informação.
Pois aí está a mais graciosa bofetada de luva branca que O Criador poderia oferecer aos leitores mais maledicentes.
Em tempos idos, mais precisamente em 16 de Janeiro, escrevinhei eu alguns despautérios acerca da peça Castro. Não foi apenas um rebuscado exercício demonstrador de erudição. Foi uma sentida homenagem a um grande momento cultural. Sabia que esta homenagem tinha todas as probabilidades de cair em saco roto (até porque todos sabemos que, neste país, é mais fácil encontrar quem saiba mexer na gestão electrónica dum Seat Ibiza de 94, do que alguém que saiba o que são as pancadas de Molière). Qual não foi então a minha surpresa, quando Barrabás Amaral me alerta para a existência de um comentário de alguém com o nome Micaela Cardoso. "Curioso!" - pensei eu - "Uma pessoa com o mesmo nome duma actriz de teatro. Qualquer dia ainda me aparece um Artur Varela." E qual não é meu espanto quando verifico que é deveras a brilhante actriz que nos presenteia com a sua classe. Escreveu assim a simpática artista:
"Já passou mais de um ano desde este trabalho, mas recordo-o ainda com profundíssimo carinho e foi com muito prazer que dei com estas linhas que, de certa forma, também me dizem respeito. Quanto aos "meninos pipoca" é deixá-los seguir o álveo, porventura e com alguma esperança, talvez desague o rio em algum profundo oceano, cheio de imaginação que é o que muitas vezes lhes faz falta. Quanto à parte que me toca, o meu sincero obrigada. É bom saber que cheguei a esse lado e que toquei algum coração.
p.s.: deixei esta mensagem muito lá para trás. copiei-a para aqui porque acho que nunca mais irias lê-la. Já que aqui estou vou dar uma volta pelo blog, e ler um pouco do que escreves."
Magnífico! Que grande momento para a nação Ondulada.
Há neste comentário, algumas mensagens que importa realçar! Passo a dar alguns exemplos. Diz-nos Micaela a dada altura "foi com prazer que li estas linhas". Ora, ter prazer em ler as patacoadas que aqui se escrevem é algo novo para O Criador, que sempre viu os Ondulados como um instrumento de tortura social maciça.
É também a primeira vez que vejo uma pessoa visada num post, vir agradecer a’O Criador. Porque é que Luís Represas, Jorge Sampaio, Álvaro Costa ou Miguel Sousa Tavares nunca demonstraram gratidão ou apreço pelas minhas palavras?
A seguir diz-nos a nossa ilustre visita: "É bom saber que cheguei a esse lado e que toquei algum coração." É bem verdade, graciosa leitora. Tivesse eu coração e neste momento estaria tocado. Se há momentos em que lamento ser um estafermo empedernido, este é certamente um deles.
Resta-nos desejar que o talento de Micaela volte a ser motivo de escrita, não neste miserável espaço, mas em muito bons livros ou jornais (jornal e bom são duas palavras que não vejo juntas há algum tempo).
Quanto aos Ondulados, não lhes resta outra ambição senão a de tentar manter o nível de elevação. Por isso mesmo, o próximo post versará no renascer do saudoso senhor da canção e, carismático artista, Saúl. Como que uma Fénix desdentada, eis que ressurge das cinzas pelas mãos do seu credível empresário Nicky Lemos, de quem tive a honra de receber uma carta a requerer patrocínio para uma tournée de relançamento, que se espera mais grandiosa e inesquecível do que a Revolução Francesa.
Enfatuadamente,
O Criador
Postas-[ postas.]
Houve quem se risse e até achasse que era pretensiosismo. Alguém disse até que, se o Ondulados era culto, o 24 Horas era um órgão de informação.
Pois aí está a mais graciosa bofetada de luva branca que O Criador poderia oferecer aos leitores mais maledicentes.
Em tempos idos, mais precisamente em 16 de Janeiro, escrevinhei eu alguns despautérios acerca da peça Castro. Não foi apenas um rebuscado exercício demonstrador de erudição. Foi uma sentida homenagem a um grande momento cultural. Sabia que esta homenagem tinha todas as probabilidades de cair em saco roto (até porque todos sabemos que, neste país, é mais fácil encontrar quem saiba mexer na gestão electrónica dum Seat Ibiza de 94, do que alguém que saiba o que são as pancadas de Molière). Qual não foi então a minha surpresa, quando Barrabás Amaral me alerta para a existência de um comentário de alguém com o nome Micaela Cardoso. "Curioso!" - pensei eu - "Uma pessoa com o mesmo nome duma actriz de teatro. Qualquer dia ainda me aparece um Artur Varela." E qual não é meu espanto quando verifico que é deveras a brilhante actriz que nos presenteia com a sua classe. Escreveu assim a simpática artista:
"Já passou mais de um ano desde este trabalho, mas recordo-o ainda com profundíssimo carinho e foi com muito prazer que dei com estas linhas que, de certa forma, também me dizem respeito. Quanto aos "meninos pipoca" é deixá-los seguir o álveo, porventura e com alguma esperança, talvez desague o rio em algum profundo oceano, cheio de imaginação que é o que muitas vezes lhes faz falta. Quanto à parte que me toca, o meu sincero obrigada. É bom saber que cheguei a esse lado e que toquei algum coração.
p.s.: deixei esta mensagem muito lá para trás. copiei-a para aqui porque acho que nunca mais irias lê-la. Já que aqui estou vou dar uma volta pelo blog, e ler um pouco do que escreves."
Magnífico! Que grande momento para a nação Ondulada.
Há neste comentário, algumas mensagens que importa realçar! Passo a dar alguns exemplos. Diz-nos Micaela a dada altura "foi com prazer que li estas linhas". Ora, ter prazer em ler as patacoadas que aqui se escrevem é algo novo para O Criador, que sempre viu os Ondulados como um instrumento de tortura social maciça.
É também a primeira vez que vejo uma pessoa visada num post, vir agradecer a’O Criador. Porque é que Luís Represas, Jorge Sampaio, Álvaro Costa ou Miguel Sousa Tavares nunca demonstraram gratidão ou apreço pelas minhas palavras?
A seguir diz-nos a nossa ilustre visita: "É bom saber que cheguei a esse lado e que toquei algum coração." É bem verdade, graciosa leitora. Tivesse eu coração e neste momento estaria tocado. Se há momentos em que lamento ser um estafermo empedernido, este é certamente um deles.
Resta-nos desejar que o talento de Micaela volte a ser motivo de escrita, não neste miserável espaço, mas em muito bons livros ou jornais (jornal e bom são duas palavras que não vejo juntas há algum tempo).
Quanto aos Ondulados, não lhes resta outra ambição senão a de tentar manter o nível de elevação. Por isso mesmo, o próximo post versará no renascer do saudoso senhor da canção e, carismático artista, Saúl. Como que uma Fénix desdentada, eis que ressurge das cinzas pelas mãos do seu credível empresário Nicky Lemos, de quem tive a honra de receber uma carta a requerer patrocínio para uma tournée de relançamento, que se espera mais grandiosa e inesquecível do que a Revolução Francesa.
Enfatuadamente,
O Criador
terça-feira, fevereiro 22, 2005
Vade Retro Sr. Reitor!
Tenho uma máxima que prezo muito e que está presente em todos os momentos da minha superior existência. E prezo esta máxima porque fui eu que a inventei. É que de máximas populares, não gosto. Popular é sinónimo de pobre e eu não aprecio misérias. E já aqui defendi e comprovei a minha teoria de que o povo é estúpido. E se dúvidas restarem, leiam o jornal de segunda-feira. Foi de rolar a rir. Isto leva-me a uma reflexão mais ou menos rebuscada: será que o Haraquiri ainda pode ser considerado Haraquiri quando toda a assistência faz parte do suicídio? Bom, mas isto é o meu raciocínio a fugir para outros campos que nada têm a ver com o tema principal. (Estes encadeamentos de raciocínio são uma coisa típica de pessoas muito inteligentes. Não consigo evitar.)
Mas voltando à minha máxima, esta diz o seguinte: "Não me importo de estar mal, desde que haja alguém pior do que eu."
Na prática, o que significa isto? Poderão vocês, desocupados leitores, pensar que eu sou uma espécie de indivíduo egoísta e insensível que, independentemente do seu estado, se regozija na desgraça dos outros ou que alivia a consciência com o sofrimento de terceiros. Não é bem isso, mas é por aí.
Mas porque que fui eu lembrar-me desta máxima hoje? Por esta altura, muitos davam como morto este espaço de liberdade/opressão de opinião. Dizia-se que, afinal, O Criador era um falso Messias. Que os Ondulados não eram mais do que uma ferramenta de um qualquer poder instituído ou uma pura manobra de diversão com o objectivo de tirar criminosos das ruas, unindo-os no ciberespaço. Dizia-se até que O Criador não se preocupava com os seus seguidores. Na realidade, nada disso se confirma. Ausentei-me, porque fui ao WC. "Mas tanto tempo?", podeis perguntar. Com certeza. Para quem é eterno, 3 meses na latrina passam a voar.
Basicamente, caguei para o humor de campanha eleitoral, deixei passar em claro a estupidez de reveillon e até fiz mesmo um pequeno esforço para não me pronunciar sobre o regresso da Tina Turner às rádios.
Tudo isto fez com que os meus fiéis ficassem apavorados. Confrades do terror exortaram em uníssono o meu regresso, preocupados com o que seria deste mundo sem O Criador.
Meus caros: o estado dos Ondulados ainda não deve constituir para vocês motivo de desassossego. Porque, lá está, a concorrência está pior que nós. E quando falo de concorrentes meus, já se sabe que eu estou a falar daquele velhote... Deus.
Para já ele nem sequer está, como O Criador, capaz de lidar com as novas tecnologias de informação. Senão veja-se isto: www.deus.com. Uma prova de displicência para com os fiéis: pede que o contactem, mas avisa logo que não sabe português, nem arranha espanhol. Nem sequer sabe fazer sites…
Mas o mais grave estava eu por descobrir, até sexta-feira passada quando folheava (apenas com o poder da mente, que eu às vezes gosto de me armar nos cafés e as empregadas deliram com estas habilidades), um jornal diário que me presenteou com esta pérola:
Universidade inicia curso de exorcismo e satanismo.
Eu pensei que havia um Ondulado infiltrado na redacção, decidido a dar um abanão aos poderes instituídos, como que numa abertura em profundidade para a entrada d’O Criador. Afinal não. Aquilo era a sério. Quer isto dizer que a Igreja decidiu fazer uma investida contra os poderes demoníacos. Apesar do curso, evidentemente, ter muitas saídas, apenas 100 alunos se inscreveram.
Diz o Reitor da Universidade Pontifícia Regina Apostolorum de Roma, Paolo Scarafoni (pessoa de mente aberta e espírito visionário) que a formação de padres exorcistas surge num momento em que há forte preocupação em Itália em relação ao desenvolvimento do satanismo, na música, no vestuário e nos objectos. Diz também, o brilhante e astuto pensador, que "esta iniciativa inédita visa habilitar os seminaristas a distinguir entre os verdadeiros casos de possessão diabólica e os casos de problemas psíquicos". Algo que se revela extremamente útil para o seminarista que sai à noite, permitindo-lhe distinguir se está a por uma miúda maluca, ou se a está somente a possuir .
Por outro lado, permite também saber distinguir um fiel apenas tolinho, dum verdadeiramente parvalhão.
A primeira aula do curso foi dada pelo padre Gabrielle Nanni, de 46 anos, doutorado em Direito Canónico e exorcista da diocese de Modena. O professor preocupou-se em definir e desmistificar o exorcismo, explicando que é apenas um ritual destinado a "retirar o poder do demónio". É de mim ou noto aqui um ligeiríssimo contra-senso? Portanto, vamos lá a desmistificar isto: nós não vamos fazer nada do outro mundo! É só combater o demónio...
Mas a cereja em cima do bolo, vem com a nota final que diz que "o novo ritual do exorcismo, redigido em 1999, fornece certos critérios para detectar a possessão como, por exemplo, o facto de se falar línguas estrangeiras ou antigas sem nunca as ter aprendido".
Isto é um critério muito exacto e eu posso prová-lo: eu sou um gajo dos diabos e às vezes digo "stockfish mit kartoffen" e nunca aprendi a falar alemão. Devo agradecer a Scarafoni por me ter ajudado a perceber que estou possuído e não apenas estúpido, como eu já começava a acreditar.
É claro que esta teoria das línguas pode soar a algo decalcado do argumento de um qualquer filme de terror. Mas não! Isto acontece mesmo! E temos mais provas no nosso país: Mário Soares falava Francês e, claramente, passou as aulas todas no bufete da escola a devorar bolas de Berlim como se algo o possuísse. Também Amália revirava os olhos enquanto se exprimia num dialecto de língua enrolada que tem sido objecto de estudo de vários etnólogos sem qualquer resultado na descoberta da origem daquelas palavras. Esta teoria estará igualmente na base da curta permanência de Carlos Queiroz no Real de Madrid. Ele falava espanhol e era evidente que ninguém tinha tido a boa vontade de lhe ensinar.
Possuidamente,
O Criador
Postas-[ postas.]
Tenho uma máxima que prezo muito e que está presente em todos os momentos da minha superior existência. E prezo esta máxima porque fui eu que a inventei. É que de máximas populares, não gosto. Popular é sinónimo de pobre e eu não aprecio misérias. E já aqui defendi e comprovei a minha teoria de que o povo é estúpido. E se dúvidas restarem, leiam o jornal de segunda-feira. Foi de rolar a rir. Isto leva-me a uma reflexão mais ou menos rebuscada: será que o Haraquiri ainda pode ser considerado Haraquiri quando toda a assistência faz parte do suicídio? Bom, mas isto é o meu raciocínio a fugir para outros campos que nada têm a ver com o tema principal. (Estes encadeamentos de raciocínio são uma coisa típica de pessoas muito inteligentes. Não consigo evitar.)
Mas voltando à minha máxima, esta diz o seguinte: "Não me importo de estar mal, desde que haja alguém pior do que eu."
Na prática, o que significa isto? Poderão vocês, desocupados leitores, pensar que eu sou uma espécie de indivíduo egoísta e insensível que, independentemente do seu estado, se regozija na desgraça dos outros ou que alivia a consciência com o sofrimento de terceiros. Não é bem isso, mas é por aí.
Mas porque que fui eu lembrar-me desta máxima hoje? Por esta altura, muitos davam como morto este espaço de liberdade/opressão de opinião. Dizia-se que, afinal, O Criador era um falso Messias. Que os Ondulados não eram mais do que uma ferramenta de um qualquer poder instituído ou uma pura manobra de diversão com o objectivo de tirar criminosos das ruas, unindo-os no ciberespaço. Dizia-se até que O Criador não se preocupava com os seus seguidores. Na realidade, nada disso se confirma. Ausentei-me, porque fui ao WC. "Mas tanto tempo?", podeis perguntar. Com certeza. Para quem é eterno, 3 meses na latrina passam a voar.
Basicamente, caguei para o humor de campanha eleitoral, deixei passar em claro a estupidez de reveillon e até fiz mesmo um pequeno esforço para não me pronunciar sobre o regresso da Tina Turner às rádios.
Tudo isto fez com que os meus fiéis ficassem apavorados. Confrades do terror exortaram em uníssono o meu regresso, preocupados com o que seria deste mundo sem O Criador.
Meus caros: o estado dos Ondulados ainda não deve constituir para vocês motivo de desassossego. Porque, lá está, a concorrência está pior que nós. E quando falo de concorrentes meus, já se sabe que eu estou a falar daquele velhote... Deus.
Para já ele nem sequer está, como O Criador, capaz de lidar com as novas tecnologias de informação. Senão veja-se isto: www.deus.com. Uma prova de displicência para com os fiéis: pede que o contactem, mas avisa logo que não sabe português, nem arranha espanhol. Nem sequer sabe fazer sites…
Mas o mais grave estava eu por descobrir, até sexta-feira passada quando folheava (apenas com o poder da mente, que eu às vezes gosto de me armar nos cafés e as empregadas deliram com estas habilidades), um jornal diário que me presenteou com esta pérola:
Universidade inicia curso de exorcismo e satanismo.
Eu pensei que havia um Ondulado infiltrado na redacção, decidido a dar um abanão aos poderes instituídos, como que numa abertura em profundidade para a entrada d’O Criador. Afinal não. Aquilo era a sério. Quer isto dizer que a Igreja decidiu fazer uma investida contra os poderes demoníacos. Apesar do curso, evidentemente, ter muitas saídas, apenas 100 alunos se inscreveram.
Diz o Reitor da Universidade Pontifícia Regina Apostolorum de Roma, Paolo Scarafoni (pessoa de mente aberta e espírito visionário) que a formação de padres exorcistas surge num momento em que há forte preocupação em Itália em relação ao desenvolvimento do satanismo, na música, no vestuário e nos objectos. Diz também, o brilhante e astuto pensador, que "esta iniciativa inédita visa habilitar os seminaristas a distinguir entre os verdadeiros casos de possessão diabólica e os casos de problemas psíquicos". Algo que se revela extremamente útil para o seminarista que sai à noite, permitindo-lhe distinguir se está a por uma miúda maluca, ou se a está somente a possuir .
Por outro lado, permite também saber distinguir um fiel apenas tolinho, dum verdadeiramente parvalhão.
A primeira aula do curso foi dada pelo padre Gabrielle Nanni, de 46 anos, doutorado em Direito Canónico e exorcista da diocese de Modena. O professor preocupou-se em definir e desmistificar o exorcismo, explicando que é apenas um ritual destinado a "retirar o poder do demónio". É de mim ou noto aqui um ligeiríssimo contra-senso? Portanto, vamos lá a desmistificar isto: nós não vamos fazer nada do outro mundo! É só combater o demónio...
Mas a cereja em cima do bolo, vem com a nota final que diz que "o novo ritual do exorcismo, redigido em 1999, fornece certos critérios para detectar a possessão como, por exemplo, o facto de se falar línguas estrangeiras ou antigas sem nunca as ter aprendido".
Isto é um critério muito exacto e eu posso prová-lo: eu sou um gajo dos diabos e às vezes digo "stockfish mit kartoffen" e nunca aprendi a falar alemão. Devo agradecer a Scarafoni por me ter ajudado a perceber que estou possuído e não apenas estúpido, como eu já começava a acreditar.
É claro que esta teoria das línguas pode soar a algo decalcado do argumento de um qualquer filme de terror. Mas não! Isto acontece mesmo! E temos mais provas no nosso país: Mário Soares falava Francês e, claramente, passou as aulas todas no bufete da escola a devorar bolas de Berlim como se algo o possuísse. Também Amália revirava os olhos enquanto se exprimia num dialecto de língua enrolada que tem sido objecto de estudo de vários etnólogos sem qualquer resultado na descoberta da origem daquelas palavras. Esta teoria estará igualmente na base da curta permanência de Carlos Queiroz no Real de Madrid. Ele falava espanhol e era evidente que ninguém tinha tido a boa vontade de lhe ensinar.
Possuidamente,
O Criador
terça-feira, dezembro 21, 2004
Tem lume?
Hão-de os meus leitores ter estranhado, com certeza, tão prolongada ausência.
A verdade é que, por uma alguma razão ou sem ela, tudo tem um fim. É uma triste verdade, muito embora eu me esteja a borrifar para isso (Não sei como é que alguém se pode borrifar. Será que é como quem põe Febreeze na roupa?). Estou-me a borrifar para o fim das coisas, em geral, porque os Ondulados é que não acabam de certeza. (Já vos avisei mais do que uma vez para não cairem nesta do fim e mais não sei quê...).
Tenho sim, andado ocupado a observar e a tentar digerir as coisas que vejo a partir do meu posto de omnipresença.
É certo e sabido que se vive uma época conturbada no plano político. Mas isto apenas nos países onde existe Governo e oposição, por isso é menos um problema para nós. Mas este último ano tem também sido sinónimo de agitação social. Mas, como se sabe, o conceito de sociedade só se aplica a seres racionais pelo que, uma vez mais, podemos respirar fundo.
É, no entanto, um certo clima de instabilidade que tem mantido afastado O Criador.
Há alguns dias disse-vos, em forma de comentário, que procurava descobrir uma maneira de dissolver o Presidente da República. Se me perguntam porquê, eu respondo como ele responderia: "Os Portugueses sabem do que eu estou a falar". E tal como ele, espero que se lembrem de qualquer razão e depressa. Caso contrário, vou ter de passar a enumerar. Mas se pensarmos bem, pelas leis de Jorge, há imensas razões para dissolver um governante: há uma rua em Santa Maria da Feira com uma tampa de saneamento partida, 2 ciganos no Barreiro a quem não foi atribuída nenhuma habitação social, três meninas com pé de atleta em Mira, um senhor sem Porsche em Azeitão e uma vaca coxa em Fornos de Algodres. Mas adiante...
Depois de feitas experiências com vários tipos de químicos e, concluindo que nenhum tornaria o sujeito mais desfigurado do que ele é, ocorreu-me uma ideia tipicamente Ondulada, com vista à concertação social e à harmonia entre povos, com a já aclamada chancela d’O Criador.
Os tempos são maus, há por aí muita gente parva ou chatinha ou até mesmo simples desgraçados a tornar pesada a nossa sociedade. Pensei então e, já que estamos em época de festas, em organizar uma pequena Inquisição. Assim uma coisa sem grandes alaridos. Só para amigos.
Como em qualquer churrasco, cada um deve trazer qualquer coisa para tostar. Seja um delegado sindical, um membro do Jet-set nacional, um adepto do tunning, um membro de claque ou um jornalista da TVI, o importante é contribuir para esta grande e higiénica manifestação em prol da saúde pública´, que é também uma óptima desculpa para beber uns copos.
É sempre bom recuperar a designação de Inquisição, pelo saudosismo que possa despertar. No entanto, de inquisição temos apenas o nome, pois aqui não se fazem perguntas nem se dão respostas. Se alguém perguntar porque sente os pés quentes e lhe cheira a chispe, argumentamos com um peremptório "Tu sabes porquê. Nem vale a pena enumerar!".
É por esta altura e, apesar da euforia generalizada da nação Ondulada, que vocês pousam as acendalhas para perguntar o que é que estamos a comemorar. Ao que eu respondo, assertivamente: "A estupidez e a demência."
É que nos últimos meses, tem sido impossível não reparar que vivemos um momento de apoteose da parvoíce e da insensatez. Ou seja: isto está como eu gosto!
Ele é ministros recém-empossados de penteados exuberantes a entrar de chancas e a ameaçar arremessar objectos pela janela para depois serem a eles próprios a voar pela mesma, balbuciando disparates...
Ele é comentadores políticos que se chateiam com os cunhados que por acaso são donos da estação de televisão em que trabalham e saem amuados fazendo queixinhas estragando o clima da ceia de Natal à família...
É o presidente do F.C. do Porto a lançar livros...! (Parece que já estou a imaginar um Super Dragão com aquilo na mesa-de-cabeceira, junto ao terço, e a fazer citações de cabeça de passagens do calhamaço. "Olha, óbe lá! Olha que como diz o Jorge Nuno no salmo 12, página 110 no episódio da travessia do Trancão: Num alugarás a mulher ao próximo porque senão estes demos das trebas ficum a saber e depois amandom-se a ti nas cunferências de imprensa."
Ainda no futebol, ele é adeptos que insultam árbitros com tal vontade, que se atiram de bancadas superiores num inédito espectáculo de hara-kiri desportivo. E melhor ainda, os jornalistas a afirmarem que a culpa é dos estádios que são perigosos. (Então deviam também encerrar os teatros. Já viram a altura daqueles camarotes?)
É, aliás, a estes últimos (os jornalistas e não os camarotes) que quero dirigir grande parte do meu nojo. Expelir nojo é, como sabem, um dos hobbies favoritos d’O Criador. E tenho isso em comum com os jornalistas. O que nos separa é que estes chegam, inclusivamente, a tornar-se eles próprios numa imensa amálgama de nojo com pose televisiva.
É tal a sobriedade e a contenção do jornalismo que, neste momento, as leis são publicadas primeiro no 24 Horas e só depois no Diário da República. Veja-se o caso do extremamente determinado Presidente da República, que governa em função de headlines de jornal, tornando-se na menos credível marioneta mediática de sempre, ex aequo com o filho de Gepeto. No fundo, talvez isto de ser manipulado já lhe esteja no sangue, uma vez que com uma mulher daquele tamanho e com o ar viril que o caracteriza, a vida pessoal do coitado deve ser feita de tudo menos de livre arbítrio.
Sendo assim e a continuar o panorama jornalístico favorável a cataclismos e envenenamentos públicos com tinta de offset, sempre se podiam arranjar melhores bonecos para colocar nos assentos da Assembleia da República. Era uma boa forma de tirar do desemprego alguns bons actores nacionais que já não se importam de se submeter a palhaçadas ao estilo Batanetes. Senil por senil, sempre se podia substituir o Jerónimo de Sousa pelo Raul Solnado (com o bónus do espectáculo da baba). E dramático por dramático, substituía-se o Louçã pelo Ruy de Carvalho, que é mais homenzinho e sempre saca mais aplausos do que gargalhadas. Palhaço por palhaço, mandava-se o António Costa para o nosso churrasco e punha-se lá a Inês Castelo Branco que sempre tem mais que se veja. Betinho por betinho, ia-se o Portas e vinha a Catarina Furtado.
Este é um cenário sempre preferível à previsível entrada em cena de Manuela Moura Guedes a presidir ao Parlamento.
Quem já percebeu há muito arte de "comer a cabeça" aos jornalistas, foi a fashion victim com nome de filósofo grego. Ouvi no outro dia José fazer um discurso interessantíssimo e bucólico, de que passo a citar um trecho:
"(...) Estou apostado em implementar um socialismo moderno e progressivo, (...) quero dar às famílias portuguesas as condições de vida que merecem e pelas quais tanto se sacrificaram nestes últimos anos. (...) Vou trabalhar por mais justiça social para os portugueses. (...) Pretendo diminuir o emprego precário e melhorar a situação em que está mergulhada a função pública. (...) Um Governo de maioria socialista irá dar especial atenção à solidariedade, que é um dos pontos base duma política de socialismo moderno. (...) Quero o fim das pensões de miséria que desde há muito tem colocado famílias em situações de grande dificuldade. (...) Proponho também o regresso ao projecto da co-incineração como solução para o ambiente. (...) É preciso inverter esta política de desgoverno que está a atirar o país para a pior situação social e económica que alguma vez se viveu (…) É por isso que peço aos portugueses uma maioria expressiva... (...) ... porque só assim é possível governar com estabilidade e implementar reformas de fundo. (...) Pretendo promover este clima de diálogo e de clareza na forma de agir do governo."
Nada mal, se não soubermos que onde estão reticências estavam originalmente perguntas de Judite de Sousa, e que isto supostamente era uma entrevista e não um monólogo. O que se ouviu na íntegra foi antes qualquer coisa como isto:
"Boa noite Doutor José Sócrates. Estou apostado em implementar um socialismo moderno e progressivo, Sim, mas a entrevista propriamente dita ainda não começou, se quiser aguardar pela primeira pergunta... quero dar às famílias portuguesas as condições de vida que merecem e pelas quais tanto se sacrificaram nestes últimos anos. E qual é a sua análise política da dissolução da Assembleia da República? Vou trabalhar por mais justiça social para os portugueses. Sim, mas a minha pergunta ia noutro sentido... Pretendo diminuir o emprego precário e melhorar a situação em que está mergulhada a função pública. Mas, já agora, quais são as medidas em concreto que pretende tomar para esse efeito? Um Governo de maioria socialista irá dar especial atenção à solidariedade, que é um dos pontos base duma política de socialismo moderno. Mau! Queres brincar, é? Quero o fim das pensões de miséria que desde há muito tem colocado famílias em situações de grande dificuldade. Ai queres? E não queres que te despeje este copo água no focinho? O que é que fazes? Proponho também o regresso ao projecto da co-incineração como solução para o ambiente. O que é que é preciso para te calar, meu cabrão? É preciso inverter esta política de desgoverno que está a atirar o país para a pior situação social e económica que alguma vez se viveu. Tás-me a sair um filho da putinha insuportável! É por isso que peço aos portugueses uma maioria expressiva... Tás-te mesmo a cagar para os jornalistas não é? ...porque só assim é possível governar com estabilidade e implementar reformas de fundo. Olha vai p’rós colhões! Fala para aí que eu vou fazer compras de Natal! Pretendo promover este clima de diálogo e de clareza na forma de agir do governo."
Com tanta razão para optimismo, o melhor que podemos levar da vida é mesmo o convívio entre amigos e a galhofa. E por falar nisso, quem traz as bebidas?
Novamente,
O Criador
Postas-[ postas.]
Hão-de os meus leitores ter estranhado, com certeza, tão prolongada ausência.
A verdade é que, por uma alguma razão ou sem ela, tudo tem um fim. É uma triste verdade, muito embora eu me esteja a borrifar para isso (Não sei como é que alguém se pode borrifar. Será que é como quem põe Febreeze na roupa?). Estou-me a borrifar para o fim das coisas, em geral, porque os Ondulados é que não acabam de certeza. (Já vos avisei mais do que uma vez para não cairem nesta do fim e mais não sei quê...).
Tenho sim, andado ocupado a observar e a tentar digerir as coisas que vejo a partir do meu posto de omnipresença.
É certo e sabido que se vive uma época conturbada no plano político. Mas isto apenas nos países onde existe Governo e oposição, por isso é menos um problema para nós. Mas este último ano tem também sido sinónimo de agitação social. Mas, como se sabe, o conceito de sociedade só se aplica a seres racionais pelo que, uma vez mais, podemos respirar fundo.
É, no entanto, um certo clima de instabilidade que tem mantido afastado O Criador.
Há alguns dias disse-vos, em forma de comentário, que procurava descobrir uma maneira de dissolver o Presidente da República. Se me perguntam porquê, eu respondo como ele responderia: "Os Portugueses sabem do que eu estou a falar". E tal como ele, espero que se lembrem de qualquer razão e depressa. Caso contrário, vou ter de passar a enumerar. Mas se pensarmos bem, pelas leis de Jorge, há imensas razões para dissolver um governante: há uma rua em Santa Maria da Feira com uma tampa de saneamento partida, 2 ciganos no Barreiro a quem não foi atribuída nenhuma habitação social, três meninas com pé de atleta em Mira, um senhor sem Porsche em Azeitão e uma vaca coxa em Fornos de Algodres. Mas adiante...
Depois de feitas experiências com vários tipos de químicos e, concluindo que nenhum tornaria o sujeito mais desfigurado do que ele é, ocorreu-me uma ideia tipicamente Ondulada, com vista à concertação social e à harmonia entre povos, com a já aclamada chancela d’O Criador.
Os tempos são maus, há por aí muita gente parva ou chatinha ou até mesmo simples desgraçados a tornar pesada a nossa sociedade. Pensei então e, já que estamos em época de festas, em organizar uma pequena Inquisição. Assim uma coisa sem grandes alaridos. Só para amigos.
Como em qualquer churrasco, cada um deve trazer qualquer coisa para tostar. Seja um delegado sindical, um membro do Jet-set nacional, um adepto do tunning, um membro de claque ou um jornalista da TVI, o importante é contribuir para esta grande e higiénica manifestação em prol da saúde pública´, que é também uma óptima desculpa para beber uns copos.
É sempre bom recuperar a designação de Inquisição, pelo saudosismo que possa despertar. No entanto, de inquisição temos apenas o nome, pois aqui não se fazem perguntas nem se dão respostas. Se alguém perguntar porque sente os pés quentes e lhe cheira a chispe, argumentamos com um peremptório "Tu sabes porquê. Nem vale a pena enumerar!".
É por esta altura e, apesar da euforia generalizada da nação Ondulada, que vocês pousam as acendalhas para perguntar o que é que estamos a comemorar. Ao que eu respondo, assertivamente: "A estupidez e a demência."
É que nos últimos meses, tem sido impossível não reparar que vivemos um momento de apoteose da parvoíce e da insensatez. Ou seja: isto está como eu gosto!
Ele é ministros recém-empossados de penteados exuberantes a entrar de chancas e a ameaçar arremessar objectos pela janela para depois serem a eles próprios a voar pela mesma, balbuciando disparates...
Ele é comentadores políticos que se chateiam com os cunhados que por acaso são donos da estação de televisão em que trabalham e saem amuados fazendo queixinhas estragando o clima da ceia de Natal à família...
É o presidente do F.C. do Porto a lançar livros...! (Parece que já estou a imaginar um Super Dragão com aquilo na mesa-de-cabeceira, junto ao terço, e a fazer citações de cabeça de passagens do calhamaço. "Olha, óbe lá! Olha que como diz o Jorge Nuno no salmo 12, página 110 no episódio da travessia do Trancão: Num alugarás a mulher ao próximo porque senão estes demos das trebas ficum a saber e depois amandom-se a ti nas cunferências de imprensa."
Ainda no futebol, ele é adeptos que insultam árbitros com tal vontade, que se atiram de bancadas superiores num inédito espectáculo de hara-kiri desportivo. E melhor ainda, os jornalistas a afirmarem que a culpa é dos estádios que são perigosos. (Então deviam também encerrar os teatros. Já viram a altura daqueles camarotes?)
É, aliás, a estes últimos (os jornalistas e não os camarotes) que quero dirigir grande parte do meu nojo. Expelir nojo é, como sabem, um dos hobbies favoritos d’O Criador. E tenho isso em comum com os jornalistas. O que nos separa é que estes chegam, inclusivamente, a tornar-se eles próprios numa imensa amálgama de nojo com pose televisiva.
É tal a sobriedade e a contenção do jornalismo que, neste momento, as leis são publicadas primeiro no 24 Horas e só depois no Diário da República. Veja-se o caso do extremamente determinado Presidente da República, que governa em função de headlines de jornal, tornando-se na menos credível marioneta mediática de sempre, ex aequo com o filho de Gepeto. No fundo, talvez isto de ser manipulado já lhe esteja no sangue, uma vez que com uma mulher daquele tamanho e com o ar viril que o caracteriza, a vida pessoal do coitado deve ser feita de tudo menos de livre arbítrio.
Sendo assim e a continuar o panorama jornalístico favorável a cataclismos e envenenamentos públicos com tinta de offset, sempre se podiam arranjar melhores bonecos para colocar nos assentos da Assembleia da República. Era uma boa forma de tirar do desemprego alguns bons actores nacionais que já não se importam de se submeter a palhaçadas ao estilo Batanetes. Senil por senil, sempre se podia substituir o Jerónimo de Sousa pelo Raul Solnado (com o bónus do espectáculo da baba). E dramático por dramático, substituía-se o Louçã pelo Ruy de Carvalho, que é mais homenzinho e sempre saca mais aplausos do que gargalhadas. Palhaço por palhaço, mandava-se o António Costa para o nosso churrasco e punha-se lá a Inês Castelo Branco que sempre tem mais que se veja. Betinho por betinho, ia-se o Portas e vinha a Catarina Furtado.
Este é um cenário sempre preferível à previsível entrada em cena de Manuela Moura Guedes a presidir ao Parlamento.
Quem já percebeu há muito arte de "comer a cabeça" aos jornalistas, foi a fashion victim com nome de filósofo grego. Ouvi no outro dia José fazer um discurso interessantíssimo e bucólico, de que passo a citar um trecho:
"(...) Estou apostado em implementar um socialismo moderno e progressivo, (...) quero dar às famílias portuguesas as condições de vida que merecem e pelas quais tanto se sacrificaram nestes últimos anos. (...) Vou trabalhar por mais justiça social para os portugueses. (...) Pretendo diminuir o emprego precário e melhorar a situação em que está mergulhada a função pública. (...) Um Governo de maioria socialista irá dar especial atenção à solidariedade, que é um dos pontos base duma política de socialismo moderno. (...) Quero o fim das pensões de miséria que desde há muito tem colocado famílias em situações de grande dificuldade. (...) Proponho também o regresso ao projecto da co-incineração como solução para o ambiente. (...) É preciso inverter esta política de desgoverno que está a atirar o país para a pior situação social e económica que alguma vez se viveu (…) É por isso que peço aos portugueses uma maioria expressiva... (...) ... porque só assim é possível governar com estabilidade e implementar reformas de fundo. (...) Pretendo promover este clima de diálogo e de clareza na forma de agir do governo."
Nada mal, se não soubermos que onde estão reticências estavam originalmente perguntas de Judite de Sousa, e que isto supostamente era uma entrevista e não um monólogo. O que se ouviu na íntegra foi antes qualquer coisa como isto:
"Boa noite Doutor José Sócrates. Estou apostado em implementar um socialismo moderno e progressivo, Sim, mas a entrevista propriamente dita ainda não começou, se quiser aguardar pela primeira pergunta... quero dar às famílias portuguesas as condições de vida que merecem e pelas quais tanto se sacrificaram nestes últimos anos. E qual é a sua análise política da dissolução da Assembleia da República? Vou trabalhar por mais justiça social para os portugueses. Sim, mas a minha pergunta ia noutro sentido... Pretendo diminuir o emprego precário e melhorar a situação em que está mergulhada a função pública. Mas, já agora, quais são as medidas em concreto que pretende tomar para esse efeito? Um Governo de maioria socialista irá dar especial atenção à solidariedade, que é um dos pontos base duma política de socialismo moderno. Mau! Queres brincar, é? Quero o fim das pensões de miséria que desde há muito tem colocado famílias em situações de grande dificuldade. Ai queres? E não queres que te despeje este copo água no focinho? O que é que fazes? Proponho também o regresso ao projecto da co-incineração como solução para o ambiente. O que é que é preciso para te calar, meu cabrão? É preciso inverter esta política de desgoverno que está a atirar o país para a pior situação social e económica que alguma vez se viveu. Tás-me a sair um filho da putinha insuportável! É por isso que peço aos portugueses uma maioria expressiva... Tás-te mesmo a cagar para os jornalistas não é? ...porque só assim é possível governar com estabilidade e implementar reformas de fundo. Olha vai p’rós colhões! Fala para aí que eu vou fazer compras de Natal! Pretendo promover este clima de diálogo e de clareza na forma de agir do governo."
Com tanta razão para optimismo, o melhor que podemos levar da vida é mesmo o convívio entre amigos e a galhofa. E por falar nisso, quem traz as bebidas?
Novamente,
O Criador
quarta-feira, outubro 20, 2004
Palavra de Ména - Coluna periódica nos Ondulados (Actualização)
Ontem Ména perguntou, pertinentemente:
"O Fernando Pessoa ainda é vivo?"
Periodicamente,
O Criador
Postas-[ postas.]
Ontem Ména perguntou, pertinentemente:
"O Fernando Pessoa ainda é vivo?"
Periodicamente,
O Criador
sexta-feira, outubro 15, 2004
Palavra de Ména - Coluna periódica nos Ondulados
Caros compatriotas da nação Ondulada:
Hoje pode muito bem ser um dia histórico para este nosso espaço de reflexão, exortação e conspiração.
Esta nova coluna que se imaginou como sendo semanal, mas que poderá ser mensal ou, pelo contrário, praticamente diária, está dependente de quem fornece a matéria-prima editorial. E esse alguém é: o POVO!
Quando O Criador se refere ao POVO, fala no sentido mais depreciativo do termo. Uma massa de gente inculta que diz baboseiras, que não fala mas vocifera, que arrota com naturalidade, que não entende os noticiários, que ri dos Batanetes, que trata os desconhecidos por "Ó Senhor"ou "Ó Nina", que coça o escroto em público, que tem comportamentos revoltantes nas repartições públicas, que tem raciocínios perfeitamente distorcidos, que usa chinelo na rua.
Este espaço destinar-se-á à colocação de frases proferidas por esse tipo de pessoas que, quer pela sua absoluta falta de sentido, quer pela deficiente construção gramatical, mereçam um lugar de destaque neste estupiduário.
Claro que, para criar o estupiduário e esperar dele uma actualização mais ou menos constante, O Criador tinha de ter uma fonte. Pois essa fonte existe de facto. Tem cerca de 45 anos, é do sexo feminino, não tem os dentes todos, tem um problema de aerofagia e adoptará para fins Ondulantes o nome Ména. No entanto, sempre que se considerar conveniente e assim haja material para o efeito, poderão ser colocadas obras da autoria de outras personagens do POVO.
Esta pretende ser uma majestosa homenagem à total falta de educação, à cultura saloia, à sabedoria de tasco e à arte da verborreia que espero ser do vosso inteiro agrado.
Para vos abrir o apetite, aqui vão três imponentes frases da "nossa Ména" proferidas durante este mês.
(Acerca do Rapto das duas missionárias italianas)
"Então porque é que eles raptarem-nas?"
(Acerca das taxas anuais cobradas pelos bancos ao possuidores de cartões Multibanco)
"A pagar sempre anuidades de 1000 paus, chega ao fim do ano e faz-lhe as contas..."
(Acerca das imagens dos filmes da série Super-Homem com Christopher Reeve a voar.)
"Aquilo é impossível. É tudo feito."
Boquiabertamente,
O Criador
Postas-[ postas.]
Caros compatriotas da nação Ondulada:
Hoje pode muito bem ser um dia histórico para este nosso espaço de reflexão, exortação e conspiração.
Esta nova coluna que se imaginou como sendo semanal, mas que poderá ser mensal ou, pelo contrário, praticamente diária, está dependente de quem fornece a matéria-prima editorial. E esse alguém é: o POVO!
Quando O Criador se refere ao POVO, fala no sentido mais depreciativo do termo. Uma massa de gente inculta que diz baboseiras, que não fala mas vocifera, que arrota com naturalidade, que não entende os noticiários, que ri dos Batanetes, que trata os desconhecidos por "Ó Senhor"ou "Ó Nina", que coça o escroto em público, que tem comportamentos revoltantes nas repartições públicas, que tem raciocínios perfeitamente distorcidos, que usa chinelo na rua.
Este espaço destinar-se-á à colocação de frases proferidas por esse tipo de pessoas que, quer pela sua absoluta falta de sentido, quer pela deficiente construção gramatical, mereçam um lugar de destaque neste estupiduário.
Claro que, para criar o estupiduário e esperar dele uma actualização mais ou menos constante, O Criador tinha de ter uma fonte. Pois essa fonte existe de facto. Tem cerca de 45 anos, é do sexo feminino, não tem os dentes todos, tem um problema de aerofagia e adoptará para fins Ondulantes o nome Ména. No entanto, sempre que se considerar conveniente e assim haja material para o efeito, poderão ser colocadas obras da autoria de outras personagens do POVO.
Esta pretende ser uma majestosa homenagem à total falta de educação, à cultura saloia, à sabedoria de tasco e à arte da verborreia que espero ser do vosso inteiro agrado.
Para vos abrir o apetite, aqui vão três imponentes frases da "nossa Ména" proferidas durante este mês.
(Acerca do Rapto das duas missionárias italianas)
"Então porque é que eles raptarem-nas?"
(Acerca das taxas anuais cobradas pelos bancos ao possuidores de cartões Multibanco)
"A pagar sempre anuidades de 1000 paus, chega ao fim do ano e faz-lhe as contas..."
(Acerca das imagens dos filmes da série Super-Homem com Christopher Reeve a voar.)
"Aquilo é impossível. É tudo feito."
Boquiabertamente,
O Criador
quinta-feira, outubro 14, 2004
Passar ao lado de uma grande carreira.
Exponor. Tarde de Agosto. Sol a pique. A praia está óptima mas, não obstante, milhares de jovens (90% dos quais patéticos) aguardam numa interminável fila a sua vez para mostrar que podem singrar na música.
Naturalmente, aguentar o sol, não será provação suficiente para se tornarem ídolos. Terão de cantar bem e, de preferência, ter bom aspecto e boa presença em palco. Porque no Mercado do Bolhão também há muito boas vozes que não assentam na capa dum CD nem à chapada.
Esse "je ne sais quois" acaba por ser o maior obstáculo à fama das centenas de jovens borbulhentos e sopeiras adolescentes que, invariavelmente saem de lá a chorar ou a rosnar. No entanto, confesso que não vejo razão para tanta desilusão. As esperanças não acabam aí para quem queira ter uma carreira próspera no mundo da música. Existe um outro caminho para quem queira singrar cantando. Com algum esforço e dedicação, um bom cantor pode sempre ser uma estrela no restrito universo dos:
Cantores de Publicidade.
Não se riam seus abestalhados! Quem é que não gostava de ter um autógrafo dos intérpretes originais de êxitos como "O Boca Doce é bom, é bom é!" ou "Capri Sonne"?
Lembrem-se que a Lena d' Água interpretou com orgulho o tema "Faça você o que fizer, com Ford Transit faz melhor" e Fernando Girão cantava com emoção "Aquela Máááááquiiiiiinnaaaaaaaaaaa!!!" para a Regisconta!
Mais recentemente, imaginem por exemplo o orgulho da rapariga que canta "Não inveeeente, vá ao Contineeente!" É o maior hit da actualidade! Mais ouvido ainda que o trio homossexual que canta em asas de avião com indumentárias de fazer o mais saudável dos homens vomitar o próprio fígado.
Para além da notoriedade, esta pode ser uma carreira com bastante menos precariedade que a do cantor vulgar. Veja-se a sorte da malta que agarrou a oportunidade de cantar as promoções da semana do Feira Nova. Que belo ganha-pão! Todas as semanas é certinho. Claro que ao fim de algum tempo se exige alguma concentração para não confundir refrães. Porque por exemplo: "Hoje é dia de promoção de peeeeeixes, no Feira Nova!" é totalmente diferente de "Hoje é dia de feira de queeeeijos, no Feira Nova!" E o sentimento com que se canta é outro! O pior mesmo é se o produtor se vira para o cantor e diz: "Quero isso com mais emoção." Como é se consegue cantar com emoção "Hoje é dia de feira de queeeeeijos..."?. É capaz de ser um bocado frustrante.
Mas há outras coisas más nesta profissão. Imaginem o embaraço de esquecer a letra duma música. Por exemplo: "McDoooonalds, momentos mais...Mais quê? Que merda! Não há maneira de fixar esta letra!"
Ou situação pior ainda: o tipo sai de casa, mete-se no carro, apanha um trânsito medonho para atravessar a cidade, chega ao estúdio, aquece a voz e:
Produtor - "Ok, está a gravar!"
Cantor - "Pescanova, o bom sai bem."
Produtor - "Ok, tá feito. Foi um prazer trabalhar consigo."
É verdade que o tamanho das músicas pode criar uma leve sensação de frustração no cantor de publicidade, mas por outro lado, quando a letra se alonga, nem sempre melhora. Pode até descambar numa coisa como esta:
"Deitar, dormir, sonhar.
Sonhar e acordar.
É um sonho, outro sonho.
Cooooluuuuneeeex!"
Outros há que, graças a um bom portfólio, acabam por conseguir fazer jingles de rádio. Sabe-se lá o orgulho que sentiram aqueles que durante anos ouviram a sua voz na Rádio Renascença a cantar palavras como: "Jogo da malaaaaaa...", "Olga Cardosoooo." ou "Carneiro Gomes, reportageeeeeem!"
Em jeito de conclusão, quero deixar aqui uma homenagem aos desgraçados que foram obrigados a cantar as seguintes melodias. Por favor, tentem imaginá-los dentro de um estúdio a cantar isto, de olhos fechados, a sentir cada palavra. A imagem é fantástica.
1ª - "Tarã tarã! Tarára tarã! Actimel!!!"
2ª - "Kit, Kit, Kit, Kit! Kit, Kit, Kit, Kit! Kit, Kit, Kit, Kit Maaaaarket!"
3ª - A pseudo ópera do detergente Fabuloso, cantada num falsete terrível de princípio ao fim.
4ª - "O aspirador é um tractor. A vassoura a desatinar e o pó ar ir para o ar. Viva a esfregona Sweefer!!!" O que é isto???
Melodiosamente,
O Criador
Postas-[ postas.]
Exponor. Tarde de Agosto. Sol a pique. A praia está óptima mas, não obstante, milhares de jovens (90% dos quais patéticos) aguardam numa interminável fila a sua vez para mostrar que podem singrar na música.
Naturalmente, aguentar o sol, não será provação suficiente para se tornarem ídolos. Terão de cantar bem e, de preferência, ter bom aspecto e boa presença em palco. Porque no Mercado do Bolhão também há muito boas vozes que não assentam na capa dum CD nem à chapada.
Esse "je ne sais quois" acaba por ser o maior obstáculo à fama das centenas de jovens borbulhentos e sopeiras adolescentes que, invariavelmente saem de lá a chorar ou a rosnar. No entanto, confesso que não vejo razão para tanta desilusão. As esperanças não acabam aí para quem queira ter uma carreira próspera no mundo da música. Existe um outro caminho para quem queira singrar cantando. Com algum esforço e dedicação, um bom cantor pode sempre ser uma estrela no restrito universo dos:
Cantores de Publicidade.
Não se riam seus abestalhados! Quem é que não gostava de ter um autógrafo dos intérpretes originais de êxitos como "O Boca Doce é bom, é bom é!" ou "Capri Sonne"?
Lembrem-se que a Lena d' Água interpretou com orgulho o tema "Faça você o que fizer, com Ford Transit faz melhor" e Fernando Girão cantava com emoção "Aquela Máááááquiiiiiinnaaaaaaaaaaa!!!" para a Regisconta!
Mais recentemente, imaginem por exemplo o orgulho da rapariga que canta "Não inveeeente, vá ao Contineeente!" É o maior hit da actualidade! Mais ouvido ainda que o trio homossexual que canta em asas de avião com indumentárias de fazer o mais saudável dos homens vomitar o próprio fígado.
Para além da notoriedade, esta pode ser uma carreira com bastante menos precariedade que a do cantor vulgar. Veja-se a sorte da malta que agarrou a oportunidade de cantar as promoções da semana do Feira Nova. Que belo ganha-pão! Todas as semanas é certinho. Claro que ao fim de algum tempo se exige alguma concentração para não confundir refrães. Porque por exemplo: "Hoje é dia de promoção de peeeeeixes, no Feira Nova!" é totalmente diferente de "Hoje é dia de feira de queeeeijos, no Feira Nova!" E o sentimento com que se canta é outro! O pior mesmo é se o produtor se vira para o cantor e diz: "Quero isso com mais emoção." Como é se consegue cantar com emoção "Hoje é dia de feira de queeeeeijos..."?. É capaz de ser um bocado frustrante.
Mas há outras coisas más nesta profissão. Imaginem o embaraço de esquecer a letra duma música. Por exemplo: "McDoooonalds, momentos mais...Mais quê? Que merda! Não há maneira de fixar esta letra!"
Ou situação pior ainda: o tipo sai de casa, mete-se no carro, apanha um trânsito medonho para atravessar a cidade, chega ao estúdio, aquece a voz e:
Produtor - "Ok, está a gravar!"
Cantor - "Pescanova, o bom sai bem."
Produtor - "Ok, tá feito. Foi um prazer trabalhar consigo."
É verdade que o tamanho das músicas pode criar uma leve sensação de frustração no cantor de publicidade, mas por outro lado, quando a letra se alonga, nem sempre melhora. Pode até descambar numa coisa como esta:
"Deitar, dormir, sonhar.
Sonhar e acordar.
É um sonho, outro sonho.
Cooooluuuuneeeex!"
Outros há que, graças a um bom portfólio, acabam por conseguir fazer jingles de rádio. Sabe-se lá o orgulho que sentiram aqueles que durante anos ouviram a sua voz na Rádio Renascença a cantar palavras como: "Jogo da malaaaaaa...", "Olga Cardosoooo." ou "Carneiro Gomes, reportageeeeeem!"
Em jeito de conclusão, quero deixar aqui uma homenagem aos desgraçados que foram obrigados a cantar as seguintes melodias. Por favor, tentem imaginá-los dentro de um estúdio a cantar isto, de olhos fechados, a sentir cada palavra. A imagem é fantástica.
1ª - "Tarã tarã! Tarára tarã! Actimel!!!"
2ª - "Kit, Kit, Kit, Kit! Kit, Kit, Kit, Kit! Kit, Kit, Kit, Kit Maaaaarket!"
3ª - A pseudo ópera do detergente Fabuloso, cantada num falsete terrível de princípio ao fim.
4ª - "O aspirador é um tractor. A vassoura a desatinar e o pó ar ir para o ar. Viva a esfregona Sweefer!!!" O que é isto???
Melodiosamente,
O Criador
quarta-feira, setembro 22, 2004
Miguel, o jeitoso.
O protagonismo de Miguel Sousa Tavares tem vindo a sofrer um evidente e enorme crescendo. Não por discordar de tudo e de todos com esgares de ódio, mas também por parecer ter a solução para todas as crises políticas, questões económicas, conflitos armados, polémicas desportivas, maleitas, pruridos, dores ligeiras, assaduras, unhas encravadas, narizes entupidos, canalizações rotas, infecções da próstata, direcções desalinhadas, maus-olhados, males de inveja, pés-de-galinha, assombrações, hérnias discais, insucesso escolar e joanetes.
Como sempre atento a tudo o que mexe, Santana não deixou de reparar no talento multifacetado deste homem de cara de náusea e melena desalinhada. Com efeito, Santana irá hoje emitir um comunicado à imprensa, em que anunciará ao país a nacionalização de Miguel Sousa Tavares.Esta é uma tomada de decisão que revela um enorme sentido de estado, uma vez que permite matar, não um coelho, mas toda uma coutada de problemas com uma única cajadada, valente e certeira. Esta decisão terminará com a oposição cerrada de um comentador político e, simultaneamente, permite ao país servir-se da sua exímia capacidade para resolver problemas e identificar más decisões.
Desta acção resultará igualmente algum encaixe financeiro nos cofres do estado, que pretende pôr o Guru ao serviço de interesses privados mediante aluguer.
Como tal, Miguel passará desde já a assumir as pastas da Educação, Saúde e Defesa (podendo esta última sofrer alterações de nomenclatura). Ao mesmo tempo, assumirá funções de Procurador-geral da República e tutor de Souto Moura.
Sousa Tavares será também o novo responsável pelos destinos da selecção nacional, e por obras importantes para o país como o TGV e a Casa da Música, onde assumirá inclusive funções de mestre-de-obras, engenheiro e auditor.
Ainda este ano e ao serviço do estado, Miguel Sousa Tavares irá separar dois pares de gémeos siameses, dando uma verdadeira lição a Gentil Martins que considera "obsoleto na arte do corta-e-cose".
Também em serviço público prepara-se ainda para substituir Fátima Campos Ferreira na apresentação do programa "Prós e Contras" onde passeará a sua habitual isenção.
Sabe-se que existe já o interesse de algumas entidades privadas em recorrer aos seus serviços, pagando para o efeito avultadas rendas ao Estado. Entre outros serviços externos, Miguel irá dirigir a Companhia de Bailado da Gulbenkian, estará responsável pela gestão da secção futebolística do Futebol Clube do Porto, irá ter uma coluna mensal da sua autoria na revista Segredos da Cozinha e irá igualmente substituir o Professor Marcelo Rebelo de Sousa nas funções de comentador de tudo e de nada, fazendo criticas a si próprio e arrasando o Miguel Sousa Tavares de antigamente, aquele que se opunha ao poder.
Patrioticamente,
O Criador
Postas-[ postas.]
O protagonismo de Miguel Sousa Tavares tem vindo a sofrer um evidente e enorme crescendo. Não por discordar de tudo e de todos com esgares de ódio, mas também por parecer ter a solução para todas as crises políticas, questões económicas, conflitos armados, polémicas desportivas, maleitas, pruridos, dores ligeiras, assaduras, unhas encravadas, narizes entupidos, canalizações rotas, infecções da próstata, direcções desalinhadas, maus-olhados, males de inveja, pés-de-galinha, assombrações, hérnias discais, insucesso escolar e joanetes.
Como sempre atento a tudo o que mexe, Santana não deixou de reparar no talento multifacetado deste homem de cara de náusea e melena desalinhada. Com efeito, Santana irá hoje emitir um comunicado à imprensa, em que anunciará ao país a nacionalização de Miguel Sousa Tavares.Esta é uma tomada de decisão que revela um enorme sentido de estado, uma vez que permite matar, não um coelho, mas toda uma coutada de problemas com uma única cajadada, valente e certeira. Esta decisão terminará com a oposição cerrada de um comentador político e, simultaneamente, permite ao país servir-se da sua exímia capacidade para resolver problemas e identificar más decisões.
Desta acção resultará igualmente algum encaixe financeiro nos cofres do estado, que pretende pôr o Guru ao serviço de interesses privados mediante aluguer.
Como tal, Miguel passará desde já a assumir as pastas da Educação, Saúde e Defesa (podendo esta última sofrer alterações de nomenclatura). Ao mesmo tempo, assumirá funções de Procurador-geral da República e tutor de Souto Moura.
Sousa Tavares será também o novo responsável pelos destinos da selecção nacional, e por obras importantes para o país como o TGV e a Casa da Música, onde assumirá inclusive funções de mestre-de-obras, engenheiro e auditor.
Ainda este ano e ao serviço do estado, Miguel Sousa Tavares irá separar dois pares de gémeos siameses, dando uma verdadeira lição a Gentil Martins que considera "obsoleto na arte do corta-e-cose".
Também em serviço público prepara-se ainda para substituir Fátima Campos Ferreira na apresentação do programa "Prós e Contras" onde passeará a sua habitual isenção.
Sabe-se que existe já o interesse de algumas entidades privadas em recorrer aos seus serviços, pagando para o efeito avultadas rendas ao Estado. Entre outros serviços externos, Miguel irá dirigir a Companhia de Bailado da Gulbenkian, estará responsável pela gestão da secção futebolística do Futebol Clube do Porto, irá ter uma coluna mensal da sua autoria na revista Segredos da Cozinha e irá igualmente substituir o Professor Marcelo Rebelo de Sousa nas funções de comentador de tudo e de nada, fazendo criticas a si próprio e arrasando o Miguel Sousa Tavares de antigamente, aquele que se opunha ao poder.
Patrioticamente,
O Criador
terça-feira, setembro 07, 2004
Rentrée do quotidiano.
É com grande tristeza que começamos a ver os dias encurtar, os portugueses a andar mais vestidos e os emigrantes a voltar aos seus países de destino. Ok, pronto! É com grande tristeza que começamos a ver os dias encurtar.
E com o encurtar dos dias, volta a época de trabalho e as rotinas diárias. E o que alimenta o espírito d’O Criador são as rotinas. As pequenas coisas do quotidiano como reality shows, palestinianos a estourarem como pipocas e idas ao supermercado.
Por isso, está na hora da rentrée Ondulada.
Rentrée é uma palavra muito usada por comentadores políticos. E os comentadores políticos são um dos maiores enigmas da sociedade moderna. O que é um comentador político, donde vem e o que faz?
Eu não estou a falar de tipos como o Marcelo Rebelo de Sousa, o Miguel Sousa Tavares ou o Nuno Rogeiro. A esses conhecemos ocupações reais. O primeiro lê que nem um desalmado e frequenta praias brasileiras, duas boas explicações para os seus olhos esbugalhados. O segundo colecciona cromos de jogadores de futebol espanca sacos de areia e rói ossos de borracha para se acalmar. O terceiro escova o cabelo e colecciona aviões de guerra e soldados de chumbo dos fascículos da Altaya.
Eu pergunto-me é o que fazem pessoas como, por exemplo, a Constança Cunha e Sá (eu sei que parece haver aqui um ódio de estimação em relação a esta dócil senhora, mas não é verdade).
Para já, quem são estas pessoas a quem não conhecemos nenhum feito de vulto, para criticar pessoas que fizeram revoluções, governaram partidos, geriram autarquias ou até sacos azuis? Porque se sentem eles no direito de criticar? É a mesma coisa que pedir a Paulo Henrique Couto, treinador do Sport Clube Angrense que comente o trabalho de Bobby Robson ou José Mourinho.
Uma coisa é certa: o negócio da crítica gratuita, envenenada e tendenciosa deve ser altamente lucrativo. Eles estão em todo o lado a toda a hora. Almoçam na RTP e jantam na TSF, não sem antes lanchar na redacção do 24 Horas em amena cavaqueira.
Como é que se faz para ser comentador político? Nitidamente, passado político não é uma exigência. Por isso, onde é que a gente se inscreve para ser comentador político? Bem me davam jeito uns trocos a mais para estourar em jantares. Eu também sei mandar as minhas bocas quando quero (é uma faceta que vocês desconhecem) e há aí um ou dois políticos com quem eu gostava de acertar contas publicamente.
O lápis adivinho.
As reposições de verão estão a acabar. O que é uma pena, porque há programas que têm muito mais encanto à sexta vez. Vejamos o caso do Rex na SIC depois do almoço: o bicho já enterrou e desenterrou quatro vezes o primeiro dono. Ele já nem sabe se há-de obedecer ao cabeludo, ao cara de puto ou à boazona. É toda a gente a mandar no cão. Todos os dias um dono diferente.
O que nos vale é que a partir duma certa hora da noite, os programas deja vú preenchem os quatro canais nacionais. Vemos as séries em loop.
O programa deja vú preferido d’O Criador é o "Guiness Records". Adoro adormecer enquanto vejo aquele homem com defeito na boca anunciar os mais hediondos records como o do maior tumor benigno do mundo alojado na cabeça. Mas quê? Há competição nesse meio? Haverá gajos a fazer exercícios para desenvolver o tumor repetindo para eles próprios "Este ano aquele cabrão daquele estónio vai ver o que é um tumor a sério!"
Mas o mais caricato e ridículo deste programa é o elemento do júri que verifica os equipamentos e confere os resultados das tentativas. O homem tem aquela cara séria e aparvalhada típica das pessoas que tem prazer em fazer o papel de autoridade. Uma expressão facial que só encontra paralelo na dos funcionários das repartições de finanças.
O homem está de pé em frente a uma mesinha onde é colocado o equipamento a utilizar pelo candidato ao record em questão.
Por exemplo, no record da maior pilha de copos, este sujeito tem de verificar se os copos são realmente de vidro e se têm o peso e consistência normais para validar a tentativa.
Para verificar os copos, este homem faz uso da sua ferramenta mágica preferida: o lápis.
No canto da mesa está um copo cheio de lápis. O indivíduo saca dum deles e dá dois ou três toques com ele nos copos para ouvir o som e a reacção do material. Até aí tudo lógico e mais ou menos racional, independentemente da fidelidade desta "verificação técnica".
O problema é que o homem repete a técnica do lápis em todas as tentativas de record e em todo o tipo de objectos.
No outro dia dois indivíduos foram tentar alcançar a melhor marca mundial no arremesso e recepção de salmões à distância de 10 metros num minuto (parece parvo, mas pela alegria com que eles bateram o record deve ser divertidíssimo levar com um peixe viscoso na cara) e não é que o homem foi bater com o raio do lápis nos salmões? O que é que aquilo prova? Que os salmões estão mortos e sem reflexos? Que o peixe não está podre? O que é se pode concluir batendo com um lápis num peixe morto que não se conclua ao olhar para ele?
Rotineiramente,
O Criador
Postas-[ postas.]
É com grande tristeza que começamos a ver os dias encurtar, os portugueses a andar mais vestidos e os emigrantes a voltar aos seus países de destino. Ok, pronto! É com grande tristeza que começamos a ver os dias encurtar.
E com o encurtar dos dias, volta a época de trabalho e as rotinas diárias. E o que alimenta o espírito d’O Criador são as rotinas. As pequenas coisas do quotidiano como reality shows, palestinianos a estourarem como pipocas e idas ao supermercado.
Por isso, está na hora da rentrée Ondulada.
Rentrée é uma palavra muito usada por comentadores políticos. E os comentadores políticos são um dos maiores enigmas da sociedade moderna. O que é um comentador político, donde vem e o que faz?
Eu não estou a falar de tipos como o Marcelo Rebelo de Sousa, o Miguel Sousa Tavares ou o Nuno Rogeiro. A esses conhecemos ocupações reais. O primeiro lê que nem um desalmado e frequenta praias brasileiras, duas boas explicações para os seus olhos esbugalhados. O segundo colecciona cromos de jogadores de futebol espanca sacos de areia e rói ossos de borracha para se acalmar. O terceiro escova o cabelo e colecciona aviões de guerra e soldados de chumbo dos fascículos da Altaya.
Eu pergunto-me é o que fazem pessoas como, por exemplo, a Constança Cunha e Sá (eu sei que parece haver aqui um ódio de estimação em relação a esta dócil senhora, mas não é verdade).
Para já, quem são estas pessoas a quem não conhecemos nenhum feito de vulto, para criticar pessoas que fizeram revoluções, governaram partidos, geriram autarquias ou até sacos azuis? Porque se sentem eles no direito de criticar? É a mesma coisa que pedir a Paulo Henrique Couto, treinador do Sport Clube Angrense que comente o trabalho de Bobby Robson ou José Mourinho.
Uma coisa é certa: o negócio da crítica gratuita, envenenada e tendenciosa deve ser altamente lucrativo. Eles estão em todo o lado a toda a hora. Almoçam na RTP e jantam na TSF, não sem antes lanchar na redacção do 24 Horas em amena cavaqueira.
Como é que se faz para ser comentador político? Nitidamente, passado político não é uma exigência. Por isso, onde é que a gente se inscreve para ser comentador político? Bem me davam jeito uns trocos a mais para estourar em jantares. Eu também sei mandar as minhas bocas quando quero (é uma faceta que vocês desconhecem) e há aí um ou dois políticos com quem eu gostava de acertar contas publicamente.
O lápis adivinho.
As reposições de verão estão a acabar. O que é uma pena, porque há programas que têm muito mais encanto à sexta vez. Vejamos o caso do Rex na SIC depois do almoço: o bicho já enterrou e desenterrou quatro vezes o primeiro dono. Ele já nem sabe se há-de obedecer ao cabeludo, ao cara de puto ou à boazona. É toda a gente a mandar no cão. Todos os dias um dono diferente.
O que nos vale é que a partir duma certa hora da noite, os programas deja vú preenchem os quatro canais nacionais. Vemos as séries em loop.
O programa deja vú preferido d’O Criador é o "Guiness Records". Adoro adormecer enquanto vejo aquele homem com defeito na boca anunciar os mais hediondos records como o do maior tumor benigno do mundo alojado na cabeça. Mas quê? Há competição nesse meio? Haverá gajos a fazer exercícios para desenvolver o tumor repetindo para eles próprios "Este ano aquele cabrão daquele estónio vai ver o que é um tumor a sério!"
Mas o mais caricato e ridículo deste programa é o elemento do júri que verifica os equipamentos e confere os resultados das tentativas. O homem tem aquela cara séria e aparvalhada típica das pessoas que tem prazer em fazer o papel de autoridade. Uma expressão facial que só encontra paralelo na dos funcionários das repartições de finanças.
O homem está de pé em frente a uma mesinha onde é colocado o equipamento a utilizar pelo candidato ao record em questão.
Por exemplo, no record da maior pilha de copos, este sujeito tem de verificar se os copos são realmente de vidro e se têm o peso e consistência normais para validar a tentativa.
Para verificar os copos, este homem faz uso da sua ferramenta mágica preferida: o lápis.
No canto da mesa está um copo cheio de lápis. O indivíduo saca dum deles e dá dois ou três toques com ele nos copos para ouvir o som e a reacção do material. Até aí tudo lógico e mais ou menos racional, independentemente da fidelidade desta "verificação técnica".
O problema é que o homem repete a técnica do lápis em todas as tentativas de record e em todo o tipo de objectos.
No outro dia dois indivíduos foram tentar alcançar a melhor marca mundial no arremesso e recepção de salmões à distância de 10 metros num minuto (parece parvo, mas pela alegria com que eles bateram o record deve ser divertidíssimo levar com um peixe viscoso na cara) e não é que o homem foi bater com o raio do lápis nos salmões? O que é que aquilo prova? Que os salmões estão mortos e sem reflexos? Que o peixe não está podre? O que é se pode concluir batendo com um lápis num peixe morto que não se conclua ao olhar para ele?
Rotineiramente,
O Criador
segunda-feira, agosto 16, 2004
Ó Pátria sente-se a voz dos teus egrégios avós!
Incrível como ainda hoje a façanha dos descobrimentos tem repercussões positivas na afirmação de Portugal e no enaltecimento do orgulho lusitano.
Repare-se, por exemplo, nos Jogos Olímpicos. Nunca temos grande coisa de que nos orgulhar relativamente aos que vestem o vermelho e verde. No entanto, há sempre uma medalha de ouro que é ganha em tiro com arma de pressão por um rapaz turco, descendente de um senhor suíço cujos pais eram primos em 3º grau de uma velhota portuguesa. Por isso, toca a sair para a rua! A pátria está de parabéns!
Na realidade, podemos festejar pelo menos 50% das medalhas de ouro já que, graças aos descobrimentos, invasões e à capacidade de fornicação dos lusos, grande parte da humanidade é descendente de portugueses. Não interessa quantas gerações já lá vão.
E neste ponto, honra seja feita aos emigrantes, que contribuíram para ampliar o milagre da luso-descendência. Aliás, o único bem que alguma vez fizeram à nação.
E por falar em emigrantes:
Será que os franceses são todos surdos por herança genética? Ou haverá alguma outra razão para que todos os lusitanos que vêm de lá em férias falem muito alto dentro dos supermercados, praias e até livrarias, sempre em francês?
Já agora gostaria, se alguém for capaz de responder, que me dissessem porque é que estes senhores que tão bem falam "o estrangeiro" acabem sempre as frases em "ãh"?
Cito alguns exemplos que tenho escutado para vossa cuidada análise (o francês poderá não ser perfeito):
Jean, laissez jouer ton frére, ãh?
Mais tu est fous, ãh ?
Tu vas voir ta mére a Lourinhã, ãh ?
Nous allons a la matance du couchon, ãh ?
Se calhar é tipo o "tipo" deles.
Lusitanamente,
O Criador
Postas-[ postas.]
Incrível como ainda hoje a façanha dos descobrimentos tem repercussões positivas na afirmação de Portugal e no enaltecimento do orgulho lusitano.
Repare-se, por exemplo, nos Jogos Olímpicos. Nunca temos grande coisa de que nos orgulhar relativamente aos que vestem o vermelho e verde. No entanto, há sempre uma medalha de ouro que é ganha em tiro com arma de pressão por um rapaz turco, descendente de um senhor suíço cujos pais eram primos em 3º grau de uma velhota portuguesa. Por isso, toca a sair para a rua! A pátria está de parabéns!
Na realidade, podemos festejar pelo menos 50% das medalhas de ouro já que, graças aos descobrimentos, invasões e à capacidade de fornicação dos lusos, grande parte da humanidade é descendente de portugueses. Não interessa quantas gerações já lá vão.
E neste ponto, honra seja feita aos emigrantes, que contribuíram para ampliar o milagre da luso-descendência. Aliás, o único bem que alguma vez fizeram à nação.
E por falar em emigrantes:
Será que os franceses são todos surdos por herança genética? Ou haverá alguma outra razão para que todos os lusitanos que vêm de lá em férias falem muito alto dentro dos supermercados, praias e até livrarias, sempre em francês?
Já agora gostaria, se alguém for capaz de responder, que me dissessem porque é que estes senhores que tão bem falam "o estrangeiro" acabem sempre as frases em "ãh"?
Cito alguns exemplos que tenho escutado para vossa cuidada análise (o francês poderá não ser perfeito):
Jean, laissez jouer ton frére, ãh?
Mais tu est fous, ãh ?
Tu vas voir ta mére a Lourinhã, ãh ?
Nous allons a la matance du couchon, ãh ?
Se calhar é tipo o "tipo" deles.
Lusitanamente,
O Criador
terça-feira, julho 27, 2004
A efeméride.
Pela modéstia que o caracteriza, O Criador deixou passar em branco uma efeméride de proporções universais. A comemoração do primeiro meio ano de existência do ondulados.blogspot.com. No entanto, os media e algumas personalidades mais ou menos atentas, não deixaram passar despercebida tão importante data.
Nas próximas linhas está uma compilação de algumas frases que, aqui e ali, puderam ser lidas ou ouvidas acerca deste espaço.
A todos, o nosso muito obrigado!
--------------
Nos Ondulados encontramos um olhar moderado, isento, simpático e pouco agressivo sobre o miserável panorama social português.
Miguel Sousa Tavares - JN
Este blog, que li na sua totalidade, deixa no ciberespaço um legado de ouro para as gerações vindouras que, desta forma, terão acesso a uma colorida e idónea apreciação da sociedade portuguesa pré-santanista. Uma lembrança daquilo que Portugal poderia ter sido...
Marcelo Rebelo de Sousa - TVI
É uma obra que só encontra paralelo em termos de grandiosidade e eloquência num poema de António Gedeão, de seu nome "Calçada de Carriche", que passo a recitar: "Luísa sobe, sobe a calçada / sobe e não pode que vai cansada..."
Odete Santos - TSF
É o meu blog favorito. Ando a lê-lo agora. Está sempre na minha mesinha de cabeceira para onde quer que ela vá.
Pimpinha Jardim - Caras
Le Criador peut être un grand líder pour une Europe de rêve.
Monsieur Le Pen - le Monde
Estamos a viver um momento único na nossa cultura, em que a liberdade de expressão de um, leva à auto-censura de outros.
O fulgor e a expressividade da escrita d’O Criador e seus companheiros está a criar uma onda de inibição na maior parte dos escritores contemporâneos.
Jornal de Letras
A new vision of the present humanity, more objective than Nietzche’s and twice as accurate than Nostradamus.
Mankind might be slowly but progressively handing it’s heart and it’s hope to the "Ondulated way of living"
Revista TIME
É um orgulho para nós, emigrantes, ter uma voz assim no nosso país.
D. Sebastião - Visão
Se não fosse tão difícil marcar reunião com O Criador, este blog já estaria integrado no grupo Media Capital e carregadinho de pop-up’s até dizer chega!
Miguel Paes do Amaral - TVI
Pois que é bom saber que há mais alguém pois a contribuir para afirmar a nossa bandeira.
Luís Figo - A Bola
O Criador é um cronista genial e incómodo para certos sectores da sociedade.
Mestre Michel - TV 7dias
Ao contrário do que se possa dizer, aprecio muito a obra Dele.
Jesus - Este Jesus Cristo que Vos Fala (Alexandra Solnado)
----------------
Embevecidamente,
O Criador
Postas-[ postas.]
Pela modéstia que o caracteriza, O Criador deixou passar em branco uma efeméride de proporções universais. A comemoração do primeiro meio ano de existência do ondulados.blogspot.com. No entanto, os media e algumas personalidades mais ou menos atentas, não deixaram passar despercebida tão importante data.
Nas próximas linhas está uma compilação de algumas frases que, aqui e ali, puderam ser lidas ou ouvidas acerca deste espaço.
A todos, o nosso muito obrigado!
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Nos Ondulados encontramos um olhar moderado, isento, simpático e pouco agressivo sobre o miserável panorama social português.
Miguel Sousa Tavares - JN
Este blog, que li na sua totalidade, deixa no ciberespaço um legado de ouro para as gerações vindouras que, desta forma, terão acesso a uma colorida e idónea apreciação da sociedade portuguesa pré-santanista. Uma lembrança daquilo que Portugal poderia ter sido...
Marcelo Rebelo de Sousa - TVI
É uma obra que só encontra paralelo em termos de grandiosidade e eloquência num poema de António Gedeão, de seu nome "Calçada de Carriche", que passo a recitar: "Luísa sobe, sobe a calçada / sobe e não pode que vai cansada..."
Odete Santos - TSF
É o meu blog favorito. Ando a lê-lo agora. Está sempre na minha mesinha de cabeceira para onde quer que ela vá.
Pimpinha Jardim - Caras
Le Criador peut être un grand líder pour une Europe de rêve.
Monsieur Le Pen - le Monde
Estamos a viver um momento único na nossa cultura, em que a liberdade de expressão de um, leva à auto-censura de outros.
O fulgor e a expressividade da escrita d’O Criador e seus companheiros está a criar uma onda de inibição na maior parte dos escritores contemporâneos.
Jornal de Letras
A new vision of the present humanity, more objective than Nietzche’s and twice as accurate than Nostradamus.
Mankind might be slowly but progressively handing it’s heart and it’s hope to the "Ondulated way of living"
Revista TIME
É um orgulho para nós, emigrantes, ter uma voz assim no nosso país.
D. Sebastião - Visão
Se não fosse tão difícil marcar reunião com O Criador, este blog já estaria integrado no grupo Media Capital e carregadinho de pop-up’s até dizer chega!
Miguel Paes do Amaral - TVI
Pois que é bom saber que há mais alguém pois a contribuir para afirmar a nossa bandeira.
Luís Figo - A Bola
O Criador é um cronista genial e incómodo para certos sectores da sociedade.
Mestre Michel - TV 7dias
Ao contrário do que se possa dizer, aprecio muito a obra Dele.
Jesus - Este Jesus Cristo que Vos Fala (Alexandra Solnado)
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Embevecidamente,
O Criador
quinta-feira, julho 22, 2004
Quanto maior a boca, maior o disparate!
Na tão falada sexta-feira em que o Presidente da República decidiu o futuro político de Portugal e, para gáudio de milhares de telespectadores, o anúncio de que não dissolveria a Assembleia, calhou à horinha da Manuela Moura Guedes. E como se o seu extremo profissionalismo e imparcialidade não bastassem, para alegrar a noite, juntaram-lhe a simpatia e a doçura de Constança Cunha e Sá, como comentadora.
Visivelmente incomodadas com a recente notícia e depois de ambas vomitarem três baldes de ódio e maledicência que atingiram o PR, Durão Barroso, Paulo Portas, Marcelo Rebelo de Sousa, D. Afonso Henriques, Martim Moniz, Pedro Lamy, Quinito e todos os responsáveis pelo estado actual do país (Emplastro incluído), foram ainda obrigadas a sustentar o directo durante cerca de 5 minutos enquanto na sede do PSD o repórter aguardava as primeiras declarações de Santana Lopes.
A conversa que as duas mantiveram durante esse hiato, não andou muito longe disto:
MMG - Aguardamos então a todo o instante as palavras do novo Presidente do PSD, não é assim?
Repórter - É verdade. Dizem-nos aqui que faltarão cerca de 5 minutos para ouvirmos as tão aguardadas declarações do Dr. Santana Lopes.
MMG - Constança: este convencido ainda nos vai fazer esperar mais 5 minutos. Já merece o cognome de "Desejado"! Como comentas isto?
CCS - Bom, eu há muito que tenho uma péssima opinião do Dr. Santana Lopes. Para mim não passa dum calhordas, como aliás todo o social-democrata o é.
MMG - Claro! E como vês aquele cabelo empastado num futuro Primeiro-Ministro?
CCS - No fundo, apenas sublinha aquilo que transparece do seu discurso, ou seja, que é um cabrão dum azeiteiro.
MMG - Não que eu deva emitir opinião, porque sou uma jornalista séria e prestigiada, mas raios o partam mais o ar de galã rafeiro!
Para mim, nem que ele fosse director da TVI! Sou boa demais para os braços de qualquer palhaço elegante e charmoso. Aliás, quem me viu fazer de Marylin Monroe no aniversário da estação, sabe disso!
Qual é o teu ponto de vista, Constança?
CCS - Eu acho que tens umas belas pernas e que, mesmo tendo em conta este meu péssimo feitio que tem mantido todo e qualquer homem afastado da minha cama já vai para 2 anos, eu continuo a achar que, com este, nem morta!
MMG - E o que te parece da demissão de Ferro Rodrigues? Foi um bocado menino, não?
CCS - Ele sempre se mostrou um bocado coninhas e até dava pena olhar para ele. Por isso, para mim, não constituiu uma grande surpresa.
MMG - Obviamente. Bom e agora de volta para o nosso repórter na sede do PSD. Então Mário? Esse arrogante de merda fala ou não fala?
Telespectantemente,
O Criador
Postas-[ postas.]
Na tão falada sexta-feira em que o Presidente da República decidiu o futuro político de Portugal e, para gáudio de milhares de telespectadores, o anúncio de que não dissolveria a Assembleia, calhou à horinha da Manuela Moura Guedes. E como se o seu extremo profissionalismo e imparcialidade não bastassem, para alegrar a noite, juntaram-lhe a simpatia e a doçura de Constança Cunha e Sá, como comentadora.
Visivelmente incomodadas com a recente notícia e depois de ambas vomitarem três baldes de ódio e maledicência que atingiram o PR, Durão Barroso, Paulo Portas, Marcelo Rebelo de Sousa, D. Afonso Henriques, Martim Moniz, Pedro Lamy, Quinito e todos os responsáveis pelo estado actual do país (Emplastro incluído), foram ainda obrigadas a sustentar o directo durante cerca de 5 minutos enquanto na sede do PSD o repórter aguardava as primeiras declarações de Santana Lopes.
A conversa que as duas mantiveram durante esse hiato, não andou muito longe disto:
MMG - Aguardamos então a todo o instante as palavras do novo Presidente do PSD, não é assim?
Repórter - É verdade. Dizem-nos aqui que faltarão cerca de 5 minutos para ouvirmos as tão aguardadas declarações do Dr. Santana Lopes.
MMG - Constança: este convencido ainda nos vai fazer esperar mais 5 minutos. Já merece o cognome de "Desejado"! Como comentas isto?
CCS - Bom, eu há muito que tenho uma péssima opinião do Dr. Santana Lopes. Para mim não passa dum calhordas, como aliás todo o social-democrata o é.
MMG - Claro! E como vês aquele cabelo empastado num futuro Primeiro-Ministro?
CCS - No fundo, apenas sublinha aquilo que transparece do seu discurso, ou seja, que é um cabrão dum azeiteiro.
MMG - Não que eu deva emitir opinião, porque sou uma jornalista séria e prestigiada, mas raios o partam mais o ar de galã rafeiro!
Para mim, nem que ele fosse director da TVI! Sou boa demais para os braços de qualquer palhaço elegante e charmoso. Aliás, quem me viu fazer de Marylin Monroe no aniversário da estação, sabe disso!
Qual é o teu ponto de vista, Constança?
CCS - Eu acho que tens umas belas pernas e que, mesmo tendo em conta este meu péssimo feitio que tem mantido todo e qualquer homem afastado da minha cama já vai para 2 anos, eu continuo a achar que, com este, nem morta!
MMG - E o que te parece da demissão de Ferro Rodrigues? Foi um bocado menino, não?
CCS - Ele sempre se mostrou um bocado coninhas e até dava pena olhar para ele. Por isso, para mim, não constituiu uma grande surpresa.
MMG - Obviamente. Bom e agora de volta para o nosso repórter na sede do PSD. Então Mário? Esse arrogante de merda fala ou não fala?
Telespectantemente,
O Criador
segunda-feira, julho 19, 2004
Olha para o que eu digo!
Os portugueses parecem andar desconfortáveis com a ideia de ter um Primeiro-Ministro solteirão e noctívago.
Para um país que anda há 900 anos encostado ao balcão dum tasco e a importar prostitutas, estamos com uma moral do caraças!
Solidariamente,
O Criador
Postas-[ postas.]
Os portugueses parecem andar desconfortáveis com a ideia de ter um Primeiro-Ministro solteirão e noctívago.
Para um país que anda há 900 anos encostado ao balcão dum tasco e a importar prostitutas, estamos com uma moral do caraças!
Solidariamente,
O Criador
quarta-feira, julho 14, 2004
Diga-nos Professor...
Há uma questão importante que eu gostaria de ver colocada ao Professor Marcelo. Dada a dificuldade em entrar em contacto com o Júlio Magalhães, coloco aqui mesmo a pergunta, uma vez que estou certo que antes de dar conselhos ao país ao domingo à noite, o Professor costuma dar uma olhadela nos Ondulados.
Caro Professor Marcelo,
Isto das bandeirinhas foi uma ideia gira. Mas a minha questão é a seguinte:
Tendo em conta que a generalidade das bandeiras são oriundas da china (como se comprova pelos estranhos castelos que nelas figuram) e a sua qualidade duvidosa, deveremos mantê-las nas janelas mesmo quando desbotarem com a luz solar e o vermelho e verde derem lugar a um rosa e um cinzento muito pouco virís?
Aguardo resposta no domingo à noite ou através do e-mail dos Ondulados.
Atenciosamente,
O Criador
Postas-[ postas.]
Há uma questão importante que eu gostaria de ver colocada ao Professor Marcelo. Dada a dificuldade em entrar em contacto com o Júlio Magalhães, coloco aqui mesmo a pergunta, uma vez que estou certo que antes de dar conselhos ao país ao domingo à noite, o Professor costuma dar uma olhadela nos Ondulados.
Caro Professor Marcelo,
Isto das bandeirinhas foi uma ideia gira. Mas a minha questão é a seguinte:
Tendo em conta que a generalidade das bandeiras são oriundas da china (como se comprova pelos estranhos castelos que nelas figuram) e a sua qualidade duvidosa, deveremos mantê-las nas janelas mesmo quando desbotarem com a luz solar e o vermelho e verde derem lugar a um rosa e um cinzento muito pouco virís?
Aguardo resposta no domingo à noite ou através do e-mail dos Ondulados.
Atenciosamente,
O Criador