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quarta-feira, outubro 20, 2004

Palavra de Ména - Coluna periódica nos Ondulados (Actualização)


Ontem Ména perguntou, pertinentemente:

"O Fernando Pessoa ainda é vivo?"


Periodicamente,
O Criador

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sexta-feira, outubro 15, 2004

Palavra de Ména - Coluna periódica nos Ondulados


Caros compatriotas da nação Ondulada:

Hoje pode muito bem ser um dia histórico para este nosso espaço de reflexão, exortação e conspiração.

Esta nova coluna que se imaginou como sendo semanal, mas que poderá ser mensal ou, pelo contrário, praticamente diária, está dependente de quem fornece a matéria-prima editorial. E esse alguém é: o POVO!

Quando O Criador se refere ao POVO, fala no sentido mais depreciativo do termo. Uma massa de gente inculta que diz baboseiras, que não fala mas vocifera, que arrota com naturalidade, que não entende os noticiários, que ri dos Batanetes, que trata os desconhecidos por "Ó Senhor"ou "Ó Nina", que coça o escroto em público, que tem comportamentos revoltantes nas repartições públicas, que tem raciocínios perfeitamente distorcidos, que usa chinelo na rua.

Este espaço destinar-se-á à colocação de frases proferidas por esse tipo de pessoas que, quer pela sua absoluta falta de sentido, quer pela deficiente construção gramatical, mereçam um lugar de destaque neste estupiduário.

Claro que, para criar o estupiduário e esperar dele uma actualização mais ou menos constante, O Criador tinha de ter uma fonte. Pois essa fonte existe de facto. Tem cerca de 45 anos, é do sexo feminino, não tem os dentes todos, tem um problema de aerofagia e adoptará para fins Ondulantes o nome Ména. No entanto, sempre que se considerar conveniente e assim haja material para o efeito, poderão ser colocadas obras da autoria de outras personagens do POVO.

Esta pretende ser uma majestosa homenagem à total falta de educação, à cultura saloia, à sabedoria de tasco e à arte da verborreia que espero ser do vosso inteiro agrado.

Para vos abrir o apetite, aqui vão três imponentes frases da "nossa Ména" proferidas durante este mês.

(Acerca do Rapto das duas missionárias italianas)
"Então porque é que eles raptarem-nas?"

(Acerca das taxas anuais cobradas pelos bancos ao possuidores de cartões Multibanco)
"A pagar sempre anuidades de 1000 paus, chega ao fim do ano e faz-lhe as contas..."

(Acerca das imagens dos filmes da série Super-Homem com Christopher Reeve a voar.)
"Aquilo é impossível. É tudo feito."



Boquiabertamente,
O Criador

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quinta-feira, outubro 14, 2004

Passar ao lado de uma grande carreira.


Exponor. Tarde de Agosto. Sol a pique. A praia está óptima mas, não obstante, milhares de jovens (90% dos quais patéticos) aguardam numa interminável fila a sua vez para mostrar que podem singrar na música.
Naturalmente, aguentar o sol, não será provação suficiente para se tornarem ídolos. Terão de cantar bem e, de preferência, ter bom aspecto e boa presença em palco. Porque no Mercado do Bolhão também há muito boas vozes que não assentam na capa dum CD nem à chapada.
Esse "je ne sais quois" acaba por ser o maior obstáculo à fama das centenas de jovens borbulhentos e sopeiras adolescentes que, invariavelmente saem de lá a chorar ou a rosnar. No entanto, confesso que não vejo razão para tanta desilusão. As esperanças não acabam aí para quem queira ter uma carreira próspera no mundo da música. Existe um outro caminho para quem queira singrar cantando. Com algum esforço e dedicação, um bom cantor pode sempre ser uma estrela no restrito universo dos:

Cantores de Publicidade.

Não se riam seus abestalhados! Quem é que não gostava de ter um autógrafo dos intérpretes originais de êxitos como "O Boca Doce é bom, é bom é!" ou "Capri Sonne"?
Lembrem-se que a Lena d' Água interpretou com orgulho o tema "Faça você o que fizer, com Ford Transit faz melhor" e Fernando Girão cantava com emoção "Aquela Máááááquiiiiiinnaaaaaaaaaaa!!!" para a Regisconta!

Mais recentemente, imaginem por exemplo o orgulho da rapariga que canta "Não inveeeente, vá ao Contineeente!" É o maior hit da actualidade! Mais ouvido ainda que o trio homossexual que canta em asas de avião com indumentárias de fazer o mais saudável dos homens vomitar o próprio fígado.

Para além da notoriedade, esta pode ser uma carreira com bastante menos precariedade que a do cantor vulgar. Veja-se a sorte da malta que agarrou a oportunidade de cantar as promoções da semana do Feira Nova. Que belo ganha-pão! Todas as semanas é certinho. Claro que ao fim de algum tempo se exige alguma concentração para não confundir refrães. Porque por exemplo: "Hoje é dia de promoção de peeeeeixes, no Feira Nova!" é totalmente diferente de "Hoje é dia de feira de queeeeijos, no Feira Nova!" E o sentimento com que se canta é outro! O pior mesmo é se o produtor se vira para o cantor e diz: "Quero isso com mais emoção." Como é se consegue cantar com emoção "Hoje é dia de feira de queeeeeijos..."?. É capaz de ser um bocado frustrante.

Mas há outras coisas más nesta profissão. Imaginem o embaraço de esquecer a letra duma música. Por exemplo: "McDoooonalds, momentos mais...Mais quê? Que merda! Não há maneira de fixar esta letra!"
Ou situação pior ainda: o tipo sai de casa, mete-se no carro, apanha um trânsito medonho para atravessar a cidade, chega ao estúdio, aquece a voz e:

Produtor - "Ok, está a gravar!"
Cantor - "Pescanova, o bom sai bem."
Produtor - "Ok, tá feito. Foi um prazer trabalhar consigo."

É verdade que o tamanho das músicas pode criar uma leve sensação de frustração no cantor de publicidade, mas por outro lado, quando a letra se alonga, nem sempre melhora. Pode até descambar numa coisa como esta:

"Deitar, dormir, sonhar.
Sonhar e acordar.
É um sonho, outro sonho.
Cooooluuuuneeeex!"

Outros há que, graças a um bom portfólio, acabam por conseguir fazer jingles de rádio. Sabe-se lá o orgulho que sentiram aqueles que durante anos ouviram a sua voz na Rádio Renascença a cantar palavras como: "Jogo da malaaaaaa...", "Olga Cardosoooo." ou "Carneiro Gomes, reportageeeeeem!"

Em jeito de conclusão, quero deixar aqui uma homenagem aos desgraçados que foram obrigados a cantar as seguintes melodias. Por favor, tentem imaginá-los dentro de um estúdio a cantar isto, de olhos fechados, a sentir cada palavra. A imagem é fantástica.


1ª - "Tarã tarã! Tarára tarã! Actimel!!!"

2ª - "Kit, Kit, Kit, Kit! Kit, Kit, Kit, Kit! Kit, Kit, Kit, Kit Maaaaarket!"

3ª - A pseudo ópera do detergente Fabuloso, cantada num falsete terrível de princípio ao fim.

4ª - "O aspirador é um tractor. A vassoura a desatinar e o pó ar ir para o ar. Viva a esfregona Sweefer!!!" O que é isto???



Melodiosamente,
O Criador



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