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segunda-feira, junho 21, 2004

O dia em que a minha vida mudou.

Já tinha bebido uns canecos com a malta do centro de emprego. Talvez por isso me tenha entusiasmado com um jogo que nem sequer era da minha equipa. Como não tinha bandeira, cachecol ou boné com aquelas cores e com a extraordinária capacidade de improviso que me caracteriza, enfiei um saco do Continente na pinha e desatei a correr. Lembro-me vagamente de ouvir os insultos da minha sogra. É que na zonza euforia, parti um Santo António de porcelana e bati de raspão no cabide, que foi bater na ombreira da porta. Embati ainda num marco do correio e mais tarde naquilo que me pareceu, distintamente, a Estação de São Bento.
Corri, corri e corri, em círculos. O que me levou a escorregar por mais que uma vez no meu próprio vómito.

Não sei bem o que se passou, nem por onde andei. Só sei que hoje, acordei num lugar que não conhecia. Muito melhor que a porcaria de país onde vivia! Abri os olhos e vi, aos pés da cama, uma bonita bandeira de cores fortes. E outra logo adiante.
Do nada, surge uma enfermeira lindíssima. E digo-vos que, aqui, o serviço público de saúde funciona! Porque neste país as pessoas são felizes e gostam todas do que fazem. É aliás por isso que, neste país amam a Pátria, Deus e a Família. Porque neste país vale a pena andar de cabeça erguida! Neste país, sorri-se no trânsito e tratam-se as pessoas por "O Sr. Se Faz Favor". Neste país nem se cospe no chão, nem há grandes excrementos nos passeios. Não há doenças venéreas e, praticamente, não morre ninguém. Neste país, os sindicalistas e os ministros beijam-se na boca.
Neste país, sim: vou começar a trabalhar e estou até capaz de me recensear!

Mas agora só amanhã, porque já foram muitas emoções para um dia só...

Contemplativamente,
O Criador
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