<$BlogRSDUrl$>

quarta-feira, junho 09, 2004

Dos fortes não reza a história.

Tenho um imenso respeito por todas as mentes criativas, independentemente da sua área de actuação. Seja na escrita, na publicidade, no futebol, no crime ou no terrorismo, quem inventa algo novo merece consideração. Principalmente os criadores de projectos arrojados.

Parem lá com as palmas, que não é de mim que vamos falar.

Estou pasmado com a invenção da semana, que promete ser o início da maior revolução de valores da história. Eu já explico.

Hoje em dia não se armam cavaleiros nem se promovem anónimos a reis por actos de bravura. Esses são tempos idos.

Aliás, hoje em dia, as nações raramente têm oportunidade de destacar personalidades por feitos heróicos ou serviços dignos à pátria.

Nisto de homenagens, há mais oferta do que procura. Senão vejamos o exemplo dos Galardões por Ordem e Mérito a atribuir pelo nosso Presidente da República esta semana:

Xutos e Pontapés como comendadores da Ordem? Se fosse só de mérito ainda poderíamos mencionar as boas acções da banda na promoção da boa disposição nos andaimes por esse país fora e mérito por incineração de drogas a bem da protecção civil. Agora, comendadores da Ordem? Que Ordem? Ordem na concentração motard de Faro? Ordem no recreio de Custóias? Ordem no CAT da Marechal Gomes da Costa?
E a propósito, alguém me diz que grande serviço à pátria prestou a Maria de Lurdes Modesto? A Vácondeus, pelo menos, ainda fez anúncios da Ideia-Casa. A primeira nem isso!

Porque terão ficado de fora figuras incontornáveis do presente e do futuro como Barrabás Amaral, Jeremias Galhardo ou O próprio Criador? Somos incómodos, não é Jorginho? Ou o menino ainda está amuado connosco?

Mas o que me pôs a reflectir sobre a relação inovação-galardões, foi a surpreendente ideia do novo governo espanhol: homenagear militares dissidentes.

Foi isso a que se propuseram ao tentar homenagear o Ministro da Defesa (um militar) pela sua eficaz retirada de tropas do território iraquiano. O Ministro, sensatamente, recusou argumentando que não se dão Medalhas a militares que retiram, mas sim a militares que ganham.

Não sei se vocês, fiéis seguidores, estão a ver bem o alcance desta ideia... Este pode ser o mote para a consagração dos imensos covardes e vencidos da sociedade portuguesa, resolvendo o problema dos excedentes de stock de medalhas de mérito.

É uma revolução de valores perfeitamente ajustada aos nossos tempos em que heróis só na televisão e, regra geral, são cães.

As potencialidades do alargamento desta ideia são imensas e, como já é hábito, O Criador é o primeiro a avançar com algumas propostas de homenagem para as quais urge elaborar os respectivos diplomas:


- Medalha de Mérito por Evasão Mediática com Bagagem em Saco Azul para Fátima Felgueiras.

- Medalha de Mérito por Bocas Foleiras e Apneia para Nuno Cardoso pelos actos de cobardia antes e após Eleições Autárquicas.

- Medalha de Mérito por Fuga à Houdini para António Guterres, pelo seu fantástico desaparecimento logo após o discurso de retirada.

- Medalha de Mérito por Melhor Abrigo Eleitoral para os Verdes por técnicas de auto-defesa em situação de sufrágio.

- Medalha de Mérito por Fuga em Marcha-atrás para Padre Frederico.

- Medalha de Mérito por Fraca Figura e Auto-flagelação para o Sporting pela sua prestação nas competições europeias.

- Medalha de Mérito por Futura Fuga Rápida para Scolari, a acontecer lá para o meio do Europeu.


Meritoriamente,
O Criador
Postas-[ postas.]
Comments: Enviar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?