terça-feira, março 30, 2004
...e o meu cão é mais esperto do que o teu primo de Alfena!
Bicho interessante, o meu cão. Aliás, como quase todos. Não só é brincalhão, como é tão perspicaz e vivaço que, como se costuma dizer, só lhe falta falar.
De todas as qualidades do canídeo, realço a capacidade dedutiva. Por exemplo, a forma como ele sabe que, quando visto o casaco é porque vou sair. Ou a noção de que , quando puxo o travão de mão é porque chegamos ao destino. Fascina-me também a forma como desvia o olhar quando o repreendo, como quem tenta passar-se por inocente.
Não estranho, por isso, que o cão seja vulgarmente considerado o ser mais inteligente a seguir ao homem. Mais estranho me parece é que se generalize dessa forma. Ou seja, custa-me a acreditar que o mais estúpido dos homens seja, ainda assim, mais esperto do que o meu cão. Nem que seja um pouco mais.
Por exemplo:
Se o meu cão fosse um pouco mais esperto, duvido que o seu artista preferido fosse a Shakira...Não quero com isto dizer que fosse a pontos de apontar a 5ª Sinfonia de Gustav Mahler como a música da sua vida! Mas não tenho qualquer dúvida que, pelo menos, me faria um sinal com a sua pequena pata para por a tocar o "No More Shall We Part".
Se o meu cão fosse um pouco mais esperto, não acredito que guiasse um utilitário roxo com neons, de patita de fora e boné a apontar para o ar...
Se o meu cão fosse um pouco mais esperto, duvido seriamente que visse os Morangos com Açucar. E muito menos que participasse.
Se o meu cão fosse um pouco mais esperto, de certeza não diria "selada" em vez de salada nem sequer "obrigados".
Se o meu cão fosse um pouco mais esperto, ninguém o apanhava a ler o 24 Horas.
Se o meu cão fosse um pouco mais esperto, nem sorria com os Malucos do Riso nem apreciava a rabichice do Herman.
Se o meu cão fosse um pouco mais esperto, conseguia apresentar o "Todos contra um".
Acho que em vez de acreditarmos cegamente no que a ciência nos diz, devemos olhar nos olhos os nossos queridos animais domésticos antes de os submeter a comparações humilhantes. A generalização, às vezes, é uma sacanice.
Democraticamente,
O Criador
Postas-[ postas.]
Bicho interessante, o meu cão. Aliás, como quase todos. Não só é brincalhão, como é tão perspicaz e vivaço que, como se costuma dizer, só lhe falta falar.
De todas as qualidades do canídeo, realço a capacidade dedutiva. Por exemplo, a forma como ele sabe que, quando visto o casaco é porque vou sair. Ou a noção de que , quando puxo o travão de mão é porque chegamos ao destino. Fascina-me também a forma como desvia o olhar quando o repreendo, como quem tenta passar-se por inocente.
Não estranho, por isso, que o cão seja vulgarmente considerado o ser mais inteligente a seguir ao homem. Mais estranho me parece é que se generalize dessa forma. Ou seja, custa-me a acreditar que o mais estúpido dos homens seja, ainda assim, mais esperto do que o meu cão. Nem que seja um pouco mais.
Por exemplo:
Se o meu cão fosse um pouco mais esperto, duvido que o seu artista preferido fosse a Shakira...Não quero com isto dizer que fosse a pontos de apontar a 5ª Sinfonia de Gustav Mahler como a música da sua vida! Mas não tenho qualquer dúvida que, pelo menos, me faria um sinal com a sua pequena pata para por a tocar o "No More Shall We Part".
Se o meu cão fosse um pouco mais esperto, não acredito que guiasse um utilitário roxo com neons, de patita de fora e boné a apontar para o ar...
Se o meu cão fosse um pouco mais esperto, duvido seriamente que visse os Morangos com Açucar. E muito menos que participasse.
Se o meu cão fosse um pouco mais esperto, de certeza não diria "selada" em vez de salada nem sequer "obrigados".
Se o meu cão fosse um pouco mais esperto, ninguém o apanhava a ler o 24 Horas.
Se o meu cão fosse um pouco mais esperto, nem sorria com os Malucos do Riso nem apreciava a rabichice do Herman.
Se o meu cão fosse um pouco mais esperto, conseguia apresentar o "Todos contra um".
Acho que em vez de acreditarmos cegamente no que a ciência nos diz, devemos olhar nos olhos os nossos queridos animais domésticos antes de os submeter a comparações humilhantes. A generalização, às vezes, é uma sacanice.
Democraticamente,
O Criador
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