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sexta-feira, dezembro 19, 2003

Paciência de Durão

Para aqueles que, ao contrário d’O Criador, andarem menos atentos, o nosso Primeiro está em Angola, vítima de um convite pessoal do Presidente José Eduardo dos Santos para estar presente no casamento da sua bonita filha, com um sabido engenheiro português (sempre dados a grandes empreitadas estes nossos engenheiros...). Cerimónia para a qual foram convidados, entre outras figuras de destaque (????) portuguesas, Augustus, Cinha Jardim e mais 98 pessoas anonimamente ilustres.

Figuras estas que se irão juntar a mais alguns milhares de convidados. Tendo em conta a pobreza do país, calculo que este número de convidados se explique como um acto de caridade do presidente para com o seu povo necessitado. Isto porque ninguém acredita que vá haver comida em excesso para pessoas gordas naquele lugar, quando faz falta noutros pontos do país... Ou acredita?

E quando digo que Durão foi "vítima" de um convite, digo-o porque todos sabemos o quanto pode ser aborrecido estar presente num casamento onde não conhecemos ninguém e em que não temos descontracção suficiente para apanhar um pifo e sacar uma velhota (também ela tocada), para um pezinho de dança.


Então imaginei imediatamente dois cenários possíveis que passo a apresentar:


1º Cenário:

Durão, sozinho numa mesa com vários Angolanos, afirma timidamente enquanto afasta o prato de muamba vazio:

- Está quente hoje, não está?

E os seus companheiros de refeição, sem levantar os olhos do prato replicam:
- Isto àqui é sempri àssim, escamarada...

E Durão tenta de novo quebrar o gelo:

- Não imaginava a filha do Presidente tão bonita...! - provocando um súbito coro de olhares frios e pouco simpáticos...

Mais uns minutos de cortante silêncio quebrado apenas pelo mecanismo de meia dúzia de mandíbulas robustas e o inseguro Durão, entediado:

- Ufa... Está mesmo quente hoje, não está...?




2º Cenário


Para não se sentir deslocado, Durão é colocado na mesma mesa que Augustos e Cinha.

Após passar os vinte minutos iniciais da refeição a ouvir Cinha e Augustos comentar, entre e durante garfadas, o vestido da noiva, Durão procura desviar o assunto para algo em que os três possam ter opinião e solta um confiante:


- Está quente hoje, não está?

Ao que Cinha responde prontamente com uma expressão indignada:

- Oh Zé Manel, você também vem-me com esse fato escuro para um país destes... Tenha lá paciência! Oh Augustos, que é meu querido acha?

- Ah, eu não podia estar mais de acordo! Precisa de qualquer coisa mais levezinha, um caqui ou uma cor Camel ou..........


Pobre Durão... Volta que estás perdoado.


Preocupadamente,
O Criador




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